Na Semana do Clima, a Mercedes-Benz Cars & Vans e a Hydro, mineradora norueguesa, anunciaram a ampliação de sua parceria estratégica, com o lançamento do Programa Corredor. O Brasil é o principal fornecedor de bauxita para a produção de Alumínio pela Hydro, empresa norueguesa que já foi da Vale e, desde 2010, teve as ações compradas pela Norsk Hydro.
A iniciativa da parceria entre a fabricante de veículos e de alumínio é voltada para o estado do Pará. Ela tem como objetivo fomentar o desenvolvimento econômico, social e ambiental nas comunidades ao longo da cadeia de fornecimento de alumínio. Com foco na transição justa, o projeto busca promover impactos positivos tanto para as pessoas quanto para a natureza.
A parceria entre as duas empresas começou em 2022, com um acordo para a produção de alumínio de baixo carbono. Agora, além dos esforços de descarbonização, a colaboração ganha uma nova dimensão ao integrar ONGs locais e parceiros estratégicos para formar um comitê de direção. O objetivo é aumentar o envolvimento da comunidade nas áreas de mineração, garantindo a geração de renda, a preservação da biodiversidade e o respeito aos direitos humanos nas regiões afetadas.
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Dr. Gunnar Gothenke, chefe de compras da Mercedes-Benz Cars & Vans, destacou que o Programa Corredor se alinha com os principais objetivos da fabricante: descarbonizar produtos, promover direitos humanos e buscar mais sustentabilidade ao longo de todo o ciclo de vida dos veículos. “Essa iniciativa conjunta tem o potencial de levar nossa cadeia de suprimentos a um novo patamar de responsabilidade e integração”, afirmou.
Do berço ao túmulo
Dentro do conceito de descarbonização, isso significa cuidar da produção de automóveis e vans do berço ao túmulo, ou seja, desde as extrações das matérias primas da natureza até a reciclagem do veículo no final de sua vida útil.
A produção de alumínio tem vários impactos ambientais significativos. Aqui estão alguns dos principais segundo os sites especializados e produção acadêmica sobre mineração da Abal (associação brasileira do alumínio), Ecycle, Scielo Brasil, Repositório da Unifesp (Universidade Estadual de São Paulo) e da UFC (Universidade Federal do Ceará):
- Consumo de Energia: A produção de alumínio é extremamente intensiva em energia. A eletrólise, que é o processo de extração do alumínio a partir da alumina, requer grandes quantidades de eletricidade.
- Emissão de Gases Poluentes: Durante a produção, são emitidos gases de efeito estufa, como o dióxido de carbono (CO₂) e o perfluorcarbono (PFC), que contribuem para o aquecimento global.
- Geração de Resíduos: A produção de alumina a partir da bauxita gera um resíduo conhecido como lama vermelha, que é altamente alcalina e pode contaminar águas superficiais e subterrâneas se não for devidamente gerenciada.
- Desmatamento: A mineração de bauxita, a principal fonte de alumínio, muitas vezes leva ao desmatamento, especialmente em áreas tropicais como a Amazônia.
- Impactos Socioambientais: A produção de alumínio pode causar deslocamento de comunidades locais e afetar a saúde pública devido à poluição e à degradação ambiental.
Apesar desses impactos, o alumínio é 100% reciclável, e a reciclagem consome apenas 5% da energia necessária para produzir alumínio primário, o que ajuda a mitigar alguns dos efeitos ambientais negativos.
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A vida em áreas de mineradoras
O foco do programa está nas comunidades ao longo do oleoduto de bauxita de 244 quilômetros, que liga a mina de Paragominas à refinaria Alunorte, em Barcarena. A intenção é capacitar essas comunidades para melhorar suas condições econômicas, sociais e ambientais, enquanto enfrentam os desafios de viver em áreas mineradas. A Mercedes-Benz participa ativamente na governança do programa, contribuindo para a criação de estruturas sustentáveis de gestão de riscos.
A iniciativa também reflete o compromisso com uma “Transição Justa”, priorizando tanto as pessoas quanto o meio ambiente em meio às mudanças trazidas pela descarbonização. Para Renata Jungo Brengger, membro do Conselho de Administração da Mercedes-Benz Cars & Vans, o programa é um exemplo de como a sustentabilidade pode ser incorporada nas cadeias de valor de maneira integrada. “Estamos comprometidos em defender os direitos humanos e promover o alumínio de baixo carbono em toda nossa cadeia de suprimentos”, afirmou.
O Programa Corredor será ancorado em três pilares: desenvolvimento econômico, desenvolvimento social e conservação ambiental, com a ambição de promover melhorias sustentáveis e de longo prazo nas regiões onde atua.
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