Sempre escutamos que a economia brasileiro é como uma montanha russa e os números dos últimos 10 anos mostram que estamos mais próximos ao alto. Para 2025, a projeção realizada pela Anfavea (associação das montadoras) é de retração no mercado de caminhões e expansão no setor de ônibus. A entidade estima 114,5 mil caminhões, queda de 8,3% sobre 2024. Já para os ônibus, espera-se 25,3 mil unidades, avanço de 12,8% em relação ao desempenho atual.
| Ano | Caminhões | Ônibus |
|---|---|---|
| 2015 | 71.652 | 16.792 |
| 2016 | 50.560 | 11.161 |
| 2017 | 51.943 | 11.755 |
| 2018 | 76.005 | 15.081 |
| 2019 | 101.335 | 20.932 |
| 2020 | 89.678 | 13.940 |
| 2021 | 128.679 | 14.062 |
| 2022 | 126.643 | 17.357 |
| 2023 | 108.024 | 20.435 |
| 2024 | 124.933 | 22.435 |
Fonte: Anfavea/Denatran
Até outubro, o balanço de 2025 indica 94,7 mil caminhões e 19,7 mil ônibus emplacados — números que reforçam o descolamento entre os dois setores.
O frete pressionado e o crédito caro continuam limitando a renovação das frotas de carga, enquanto a retomada da mobilidade urbana e do turismo impulsiona a demanda por ônibus.
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Pesados acima de 16 toneladas puxam a queda
O segmento que mais sente os efeitos da desaceleração é o de caminhões semipesados e pesados, acima de 16 toneladas. A estimativa do setor é encerrar 2025 com cerca de 80 mil unidades, ante 97 mil em 2024 — um tombo próximo de 18%.
Simone Montagna, presidente das operações comerciais da Scania Brasil, explica que o cenário deve se repetir em 2026:
“Vemos uma variação de no máximo 5% para cima ou para baixo. Não há colapso, mas o mercado permanece pressionado por juros altos e frete baixo.”
A Scania, que registrou recorde em 2024 com mais de 19 mil caminhões vendidos, também prevê cautela para o próximo ciclo. Segundo Montagna, o ambiente eleitoral e o custo do financiamento devem adiar investimentos importantes, com efeitos positivos aparecendo apenas em 2027.
Ônibus seguem trajetória de crescimento
No transporte de passageiros, a tendência é o oposto. O setor acumula três anos de alta e deve manter ritmo acelerado em 2025. A recomposição das frotas urbanas, o aumento do turismo rodoviário e a chegada de novas tecnologias — incluindo modelos híbridos e elétricos — ajudam a sustentar o avanço.
Com números tão distintos, 2025 deve consolidar um quadro claro: um mercado de caminhões em ajuste e um mercado de ônibus em plena expansão.


