sexta-feira, dezembro 5, 2025

Mais transportadoras aderem ao biometano — e Jomed é a mais nova a ter posto de abastecimento

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A Jomed Transportes, de Guarulhos (SP), começou a abastecer caminhões com biometano em um ponto próprio instalado dentro de suas dependências de Guarulhos (SP), em parceria com a Ultragaz, que será responsável pela infraestrutura e pelo fornecimento do gás renovável. 

A iniciativa segue os passos de outras empresas, como a Reiter Log, que inaugurou seu primeiro posto a gás em Itapecerica da Serra (SP), em fevereiro de 2024, e expandiu a rede com novos pit stops em Quatro Barras (PR), Nova Santa Rita (RS) e, em agosto de 2025, dentro da nova filial em Barueri (SP). 

Não são apenas transportadoras que seguem essa trilha. Há também embarcadores que, em parceria com prestadores de serviço de transporte, investem na solução, como L’Oréal, PepsiCo, Unilever e Natura. 

Frota de caminhões a gás

A Jomed conta atualmente com 19 caminhões a gás que operam em São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná e Rio Grande do Sul. Embora esteja fortalecendo sua frota, há operações maiores, como a da TransMaroni, que já soma 50 unidades. 

Segundo dados da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), desde 2018 foram emplacados 2.480 caminhões a gás no Brasil. Mais de 90% desses veículos são produzidos pela Scania; a Iveco também oferece modelos, mas sua presença ainda é limitada — pouco mais de 100 unidades. 

Para garantir o abastecimento, a Jomed contratou a Ultragaz, que integra o mesmo grupo controlador dos Postos Ipiranga. Tanto a Scania, na produção de caminhões, quanto o Grupo Ultra, na distribuição de gás, são pioneiros no desenvolvimento de soluções alternativas a gás ao diesel fóssil para veículos pesados. 

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O segmento cresce de forma acelerada no país, favorecido pelas condições para a produção de biometano, mas ainda é pouco explorado por outras montadoras de caminhões e distribuidoras de combustível. Além de Scania e Iveco, a Volkswagen Caminhões e Ônibus estuda o mercado, que tende a deixar de ser um nicho. Já a Mercedes-Benz e Volvo mantêm o foco em caminhões a diesel e, futuramente, elétricos. No segmento de ônibus, temos Scania, Iveco — como promessa —, Agrale e Marcopolo com o Volare. Além desses, a Toyota lançou a primeira picape a biometano. 

Infraestrutura para biometano

Atualmente, as 12 usinas autorizadas pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) produzem 500 mil metros cúbicos diários de biometano. Outras 11 aguardam autorização para iniciar a produção. A Empresa de Pesquisa Energética (EPE) estima que o Brasil tenha potencial para produzir até 30 milhões de m³/dia. 

Os investimentos reforçam essa expectativa. A Gás Verde, concorrente da Ultragaz, por exemplo, ampliou seu aporte em R$ 926 milhões para elevar a produção a 650 mil m³/dia. 

Na sede da Jomed Transportes, a Ultragaz instalou um sistema de abastecimento de biometano do tipo off-grid, projetado para oferecer eficiência e economia de tempo. A solução utiliza uma Unidade de Potência Hidráulica (HPU) para garantir vazão e pressão constantes. 

O sistema transfere o biometano diretamente das carretas de armazenamento para os tanques dos caminhões, eliminando a necessidade de recompressão. Com isso, reduz em cerca de 50% o consumo de energia no processo de abastecimento e acelera o reabastecimento dos veículos. 

No Brasil, o biometano é produzido majoritariamente a partir de aterros sanitários, com expansão para resíduos agroindustriais (cana-de-açúcar, proteína animal etc.). A MWM Motores já desenvolve projetos de produção em fazendas de suínos. 

O custo de um posto de abastecimento de gás na transportadora

A instalação de um posto de abastecimento de gás — seja Gás Natural Comprimido (GNC) ou biometano — na sede de uma transportadora representa um investimento estratégico, cujo valor varia de R$ 1,5 milhão a R$ 4 milhões. 

O custo final depende do tipo de gás, da logística de suprimento e do volume diário de abastecimento. Um posto de GNC pode custar de R$ 1,5 milhão a R$ 3 milhões, enquanto o de biometano tende a ser mais caro, variando de R$ 2 milhões a R$ 4 milhões. 

Esses valores incluem a compra de equipamentos de compressão e armazenamento, sistemas de segurança, obras civis e todo o processo de licenciamento ambiental e técnico. A capacidade de abastecimento influencia diretamente o custo, assim como a localização, já que estar próximo a uma rede de gás natural ou a uma usina de biometano reduz despesas logísticas. 

Redução de custos e modelos de parceria

Para diminuir o investimento inicial, há alternativas como parcerias com distribuidoras, caso de Ultragaz e Gás Verde, que podem financiar ou operar parte da infraestrutura. Outra opção são os modelos de comodato ou leasing, nos quais a distribuidora instala o posto e cobra apenas pelo volume de gás consumido. 

Projetos sustentáveis voltados à redução de emissões podem acessar linhas de crédito facilitadas por instituições como o BNDES e a Finep, além de incentivos estaduais, como isenção de ICMS. 

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Marcos Villela Hochreiter
Marcos Villela Hochreiterhttps://www.frotanews.com.br
Atuo como jornalista no setor da mobilidade desde 1989 em diversas redações. Também nas áreas de comunicação da Fiat e da TV Globo, e depois como editor da revista Transporte Mundial por 22 anos, e diretor de redação de núcleo da Motor Press Brasil. Desde 2018, represento o Brasil no grupo do International Truck of the Year (IToY), associação de jornalistas de transporte rodoviário de 34 países. Desde 2021, também atuo como colaborador na Fabet (Fundação Adolpho Bósio de Educação no Transporte, entidade educacional sem fins lucrativos). Em 2023, fundei a plataforma de notícias de transporte e logística Frota News, com objetivo de focar nos temas que desafiam as soluções para gestão de frotas.
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