quarta-feira, dezembro 10, 2025

IPI Verde: por que picapes e SUVs a diesel vão pagar impostos

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O mercado de utilitários esportivos e picapes a diesel acaba de ganhar um novo ingrediente na formação de preços — e não é nada que agrade os consumidores. Com a publicação do Decreto nº 12.549/2025, que regulamenta o programa Carro Sustentável dentro do plano Mover, o governo criou o chamado IPI Verde: uma nova forma de tributar veículos baseada em critérios ambientais e tecnológicos.

Na prática, enquanto os compactos nacionais de baixo consumo receberam isenção total do IPI, picapes e SUVs a diesel entraram na ponta oposta da tabela, com acréscimos que podem elevar a alíquota em até 13,5 pontos percentuais.

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Por que o diesel foi o alvo

A lógica é simples: veículos movidos a diesel têm emissões maiores de poluentes e, por isso, recebem um acréscimo automático de 12 pontos percentuais na alíquota de IPI. Somam-se a isso penalidades extras para motores mais potentes — de 0,75 a 1,5 ponto percentual para modelos acima de 143 cv —, o que coloca a maioria dos SUVs e picapes médias a diesel no topo da tabela do novo imposto.

Assim, um SUV a diesel pode saltar de 18,8% para até 19,8% de IPI, enquanto uma picape média passa de 3,9% para até 6,4%.

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Impacto no bolso: quanto isso muda o preço?

Apesar do aumento expressivo na alíquota, o repasse ao consumidor será moderado. Na ponta do lápis, o preço de um SUV de R$ 300 mil sobe cerca de 2,5%, o que equivale a R$ 9 mil a mais. Para as picapes médias, o impacto é menor: cerca de 1,1% de acréscimo, algo próximo de R$ 3,6 mil no mesmo patamar de preço.

Quem são os mais afetados?

Modelos como Toyota SW4 e Chevrolet Trailblazer, ambos com motores a diesel acima dos 200 cv, estão entre os que mais sentirão o peso do novo imposto. Picapes médias como Ford Ranger, Chevrolet S10 e Toyota Hilux também terão aumento, mas em menor intensidade.

Quem ganha com isso?

Se os utilitários a diesel foram penalizados, os compactos sustentáveis se beneficiaram. Modelos como Chevrolet Onix, Fiat Mobi, Renault Kwid e Volkswagen Polo Track já registram queda de preços com a alíquota zerada. Essa “soma zero” deixa claro o objetivo do governo: financiar a redução de impostos dos veículos menos poluentes com a cobrança maior dos que mais emitem.

E agora?

O IPI Verde entra em vigor em outubro de 2025. Até lá, montadoras e concessionárias ajustam suas estratégias para absorver parte do impacto e evitar repasses agressivos. Para os consumidores, a mudança pode ser um empurrão para considerar alternativas mais limpas — híbridos, elétricos ou até versões flex dos utilitários.

Em resumo: o decreto não pretende apenas arrecadar mais, mas acelerar a transição para uma frota menos poluente, com incentivo direto aos compactos nacionais e pressão sobre utilitários a diesel — os campeões de emissões.

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Marcos Villela Hochreiter
Marcos Villela Hochreiterhttps://www.frotanews.com.br
Atuo como jornalista no setor da mobilidade desde 1989 em diversas redações. Também nas áreas de comunicação da Fiat e da TV Globo, e depois como editor da revista Transporte Mundial por 22 anos, e diretor de redação de núcleo da Motor Press Brasil. Desde 2018, represento o Brasil no grupo do International Truck of the Year (IToY), associação de jornalistas de transporte rodoviário de 34 países. Desde 2021, também atuo como colaborador na Fabet (Fundação Adolpho Bósio de Educação no Transporte, entidade educacional sem fins lucrativos). Em 2023, fundei a plataforma de notícias de transporte e logística Frota News, com objetivo de focar nos temas que desafiam as soluções para gestão de frotas.
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