quinta-feira, novembro 21, 2024

Escassez global de motoristas de caminhão: desafios e soluções

A escassez de motoristas de caminhão é um problema crônico que afeta o setor de transporte rodoviário em todo o mundo. Com base no Relatório Global de Escassez de Motoristas de Carga de 2023, publicado pela IRU (União Internacional dos Transportes Rodoviários), examinaremos as principais tendências, desafios demográficos e esforços para tornar a profissão mais acessível e atrativa.

O Cenário Atual

  1. Vagas Disponíveis: Atualmente, há mais de 3 milhões de vagas para motoristas de caminhão que estão abertas em 36 países estudados, representando 7% do total de cargos nesses locais. Infelizmente, apesar da NTC & Logística ser a representante do Brasil na IRU, a Argentina sempre é o país pesquisado na América do Sul, como se o TRC (transporte rodoviário de carga) e o PIB (Produto Interno Bruto) dos argentinos fossem muito maiores do que os do mercado brasileiros. Mas tudo bem, os estrangeiros nunca foram bons em geografia, e muitos ainda acham que a Argentina é a capital do Brasil. Brincadeiras à parte, mas sério, continuaremos com a análise de forma séria.
  2. Projeção para 2028: A escassez global de motoristas pode dobrar até 2028, atingindo níveis alarmantes. Se medidas significativas não forem implementadas, mais de 7 milhões de vagas de motoristas de caminhão permanecerão sem preenchimento até 2028 nos países pesquisados.
  3. Demografia: A disparidade entre condutores jovens e idosos continua a crescer. Apenas 12% dos motoristas têm menos de 25 anos, e apenas 6% são mulheres. A necessidade de atrair novos profissionais para a indústria é evidente.
Escassez
A capacitação de condutoras mulheres é uma das soluções para a escassez de motoristas

Tendências Moldando a Escassez

  1. Envelhecimento da Força de Trabalho: O aumento da demanda de transporte e o envelhecimento dos profissionais são as principais causas da falta de motoristas. O abismo entre a aposentadoria e os novos motoristas deve triplicar a taxa de vagas não preenchidas até 2026.
  2. Barreiras de Acesso: A idade mínima de qualificação ainda é um obstáculo significativo. Em alguns países da UE, a idade mínima para motoristas de caminhão é de 21 anos, enquanto para motoristas de ônibus, varia entre 21 e 24 anos. Isso dificulta a entrada de jovens na profissão. No Brasil, além da idade mínima, há falta de preparação técnica e a exigência de motoristas com experiência, exigências que impede a entrada de novos motoristas profissionais no mercado e terá uma conta muito cara para pagar em breve.

A Fabet-SP desenvolveu e oferece cursos muito avançados para preparação de motoristas. Para todas as categorias de CNH, sem experiência, com uma capacitação realizada com muitas horas de aulas teóricas e práticas em uma frota própria (parceria com a Mercedes-Benz Caminhões e Mercedes-Benz Vans) que tem tido sucesso com várias empresas que passaram a buscar uma gestão de frota mais profissional.

  1. Associações e Governos: Associações de transporte rodoviário e governos estão trabalhando juntos para tornar a profissão mais acessível na Europa. No Brasil, isso ainda não acontece.
  2. Empresas Líderes: Empresas como CEVA Logistics, Scania e Truckfly by Michelin estão implementando soluções para atrair e reter motoristas na Europa. No Brasil, há várias empresas também, como Mercedes-Benz, Ambev, Raízen, Coopercarga, Randon, Transjordano, Transpedrosa, Ipiranga, entre outras. Isso inclui melhores condições de trabalho, benefícios e apoio à formação profissional.

Impacto e Urgência

A escassez de motoristas afeta diretamente a economia, a mobilidade social e os objetivos de descarbonização. Sem motoristas, a Europa enfrentará desafios significativos. Ações imediatas são essenciais para garantir o futuro do transporte rodoviário e o bem-estar das comunidades.

Para obter informações detalhadas, baixe o relatório completo no site da IRU: www.iru.org.

Este artigo foi um dos temas da revista digital Frota News. Para conhecer os demais temas, é só acessar o seguinte link: Newsletter 39.

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Marcos Villela Hochreiter
Marcos Villela Hochreiterhttps://www.frotanews.com.br
Atuo como jornalista no setor da mobilidade desde 1989 em diversas redações. Também nas áreas de comunicação da Fiat e da TV Globo, e depois como editor da revista Transporte Mundial por 22 anos, e diretor de redação de núcleo da Motor Press Brasil. Desde 2018, represento o Brasil no grupo do International Truck of the Year (IToY), associação de jornalistas de transporte rodoviário de 34 países. Desde 2021, também atuo como colaborador na Fabet (Fundação Adolpho Bósio de Educação no Transporte, entidade educacional sem fins lucrativos). Em 2023, fundei a plataforma de notícias de transporte e logística Frota News, com objetivo de focar nos temas que desafiam as soluções para gestão de frotas.
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