sábado, dezembro 13, 2025

Os 10 maiores fabricantes chineses de caminhões pesados. Três estão no Brasil

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Com base nos dados consolidados de vendas acumuladas entre janeiro e outubro de 2025, o mercado chinês de caminhões pesados mostra sua dimensão estratégica global e evidencia um cenário de forte concentração entre os principais fabricantes locais, além de taxas expressivas de crescimento impulsionadas pela retomada econômica, renovação de frota e investimentos em infraestrutura.

A Sinotruk mantém a liderança isolada do ranking, com 253.255 caminhões pesados vendidos, crescimento anual de 23,25% e 27,26% de participação de mercado. O desempenho reforça a posição do grupo como principal referência do segmento na China, sustentado por ampla capilaridade, portfólio diversificado e forte presença em aplicações rodoviárias e fora de estrada.

Na segunda posição aparece a FAW Jiefang, com 176.116 unidades, avanço de 16,67% e 18,96% de market share. Logo atrás, a Shacman ocupa o terceiro lugar, somando 148.161 veículos, crescimento de 19,08% e 15,95% de participação, seguida de perto pela Dongfeng Motor, que comercializou 146.307 caminhões, registrando alta de 24,37% e 15,75% do mercado.

Esses quatro fabricantes concentram juntos mais de 78% das vendas entre os dez maiores, evidenciando um mercado altamente dominado por grandes grupos nacionais.

Destaque para crescimentos acelerados

Um dos principais destaques do período é a Foton, que aparece na quinta posição com 117.887 unidades vendidas, mas chama atenção pelo crescimento anual de 99,91%, praticamente dobrando seu volume em relação ao ano anterior e alcançando 12,69% de participação.

Também se sobressaem fabricantes de menor escala, porém com taxas de expansão muito elevadas. A XCMG, tradicionalmente associada a máquinas de construção, vendeu 30.127 caminhões, com crescimento de 87,89%. Já a CAMC apresentou avanço de 108,72%, somando 10.106 unidades, enquanto a Chery Trucks registrou o maior crescimento percentual do ranking, de 140,32%, ainda que com volume mais modesto, de 5.996 caminhões.

Fabricantes em estabilidade e retração pontual

Entre os dez maiores, a JAC Motors foi a única a registrar leve retração no período, com queda de 1,42%, totalizando 11.212 unidades e 1,21% de participação. A BAIC Trucks, por sua vez, aparece na nona posição, com 8.080 caminhões vendidos, crescimento de 57,02% e 0,87% do mercado.

No acumulado dos dez maiores fabricantes, o volume chega a 906.977 caminhões pesados, o que representa 97,67% do mercado total chinês no período analisado. O dado reforça não apenas a escala da indústria local, mas também o alto nível de concentração e competitividade entre os líderes, em um ambiente marcado por inovação tecnológica, avanço de veículos mais eficientes e crescente atenção a soluções de menor impacto ambiental.

O desempenho de 2025 confirma a China como o maior e mais dinâmico mercado de caminhões pesados do mundo, com fabricantes cada vez mais preparados para competir globalmente — cenário que segue no radar de montadoras, fornecedores e operadores logísticos internacionais.

Além dos três entre os 10 maiores fabricantes de caminhões chineses, acaba de chegar ao Brasil a SANY Trucks, divisão da SANY do Brasil:

China x Brasil: o que os números revelam para o mercado brasileiro

A liderança e o ritmo de crescimento dos fabricantes chineses de caminhões pesados contrastam fortemente com a realidade do mercado brasileiro, que opera em outra escala e com dinâmica distinta. Enquanto a China ultrapassa 900 mil caminhões pesados vendidos em apenas dez meses, o Brasil costuma registrar, em um ano considerado positivo, volumes totais significativamente inferiores, mesmo somando caminhões médios e pesados. Essa diferença evidencia não apenas o tamanho do mercado chinês, mas também sua capacidade de absorver rapidamente novas marcas, tecnologias e modelos de negócio.

Nesse contexto, chama atenção o avanço de fabricantes que já mantêm operação comercial no Brasil, como Foton, JAC Caminhões e XCMG. Na China, essas três marcas apresentaram crescimentos acima da média em 2025.

No Brasil, porém, o desafio dessas marcas é outro: competir com fabricantes historicamente estabelecidos, rede de concessionárias madura e forte fidelização do cliente, além de atender às exigências regulatórias locais, como o Proconve P8.

Ainda assim, a experiência chinesa indica que esses grupos chegam com musculatura industrial, escala produtiva e velocidade de desenvolvimento suficientes para pressionar preços e acelerar a renovação de frota — algo particularmente relevante em um país com idade média elevada dos caminhões em circulação.

A leitura comparativa sugere que, embora o Brasil não replique o volume chinês, o desempenho dessas marcas em seu mercado de origem funciona como um termômetro estratégico. Se conseguirem adaptar portfólio, pós-venda e financiamento à realidade brasileira, Foton, JAC Caminhões e XCMG tendem a ampliar gradualmente sua participação, sobretudo em aplicações fora de estrada, construção, agronegócio e transporte regional, onde o custo-benefício tem peso decisivo na compra.

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Marcos Villela Hochreiter
Marcos Villela Hochreiterhttps://www.frotanews.com.br
Atuo como jornalista no setor da mobilidade desde 1989 em diversas redações. Também nas áreas de comunicação da Fiat e da TV Globo, e depois como editor da revista Transporte Mundial por 22 anos, e diretor de redação de núcleo da Motor Press Brasil. Desde 2018, represento o Brasil no grupo do International Truck of the Year (IToY), associação de jornalistas de transporte rodoviário de 34 países. Desde 2021, também atuo como colaborador na Fabet (Fundação Adolpho Bósio de Educação no Transporte, entidade educacional sem fins lucrativos). Em 2023, fundei a plataforma de notícias de transporte e logística Frota News, com objetivo de focar nos temas que desafiam as soluções para gestão de frotas.
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