sexta-feira, dezembro 5, 2025

Brasil desponta como mercado promissor para seguros contra roubo de cargas

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O Brasil figura entre os países com maiores oportunidades para o setor segurador. Embora não exista um ranking global específico para seguros contra roubo de cargas, a demanda por esse tipo de cobertura está diretamente ligada aos índices de criminalidade e ao volume logístico de cada nação.

Nesse cenário, o país se destaca negativamente: registra um dos maiores números de roubos de cargas do mundo, superando mercados como México e África do Sul. Esse contexto impulsiona um segmento de seguros robusto e lucrativo. Em nações com cadeias de suprimentos extensas, como os Estados Unidos, o setor de seguros de transporte de carga também movimenta cifras bilionárias.

Entre as principais operadoras globais, empresas como Chubb, Zurich, Allianz, AIG e Mapfre oferecem soluções específicas para o segmento. No Brasil, elas competem com grandes seguradoras nacionais, como Porto Seguro, Bradesco Seguros, Sompo Seguros e HDI Seguros.

Faturamento com a venda de seguro

De acordo com a Agência iNFRA, o mercado global de seguros movimenta cifras bilionárias. No Brasil, apenas no primeiro trimestre de 2025, a arrecadação com prêmios de seguro de transporte somou R$ 1,57 bilhão, alta de 10,8% em relação ao mesmo período do ano anterior. Em escala mais ampla, considerando todos os tipos de seguros, o mercado brasileiro arrecadou R$ 751 bilhões em 2024.

O relatório “Análise de Roubo de Cargas”, da nstech, aponta que os ataques cresceram 24,8% no primeiro semestre de 2025. Já dados da Associação Nacional do Transporte de Cargas e Logística (NTC&Logística) indicam que, em 2024, as perdas chegaram a R$ 1,2 bilhão — valor cinco vezes menor que o faturamento obtido com prêmios de seguro no início de 2025.

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O impacto atinge toda a cadeia logística: aumento de custos operacionais, necessidade de investimentos extras em segurança e tecnologia, atrasos nas entregas e adoção de rotas mais longas para evitar áreas de risco. Essas medidas elevam o custo final ao consumidor e reduzem a competitividade dos produtos brasileiros. O cenário evidencia a necessidade de investir mais em prevenção do que apenas na contratação de seguros.

Marco regulatório impulsiona contratação

Desde a promulgação da Lei 14.599/23, tornou-se obrigatória a contratação dos seguros RCTR-C (Responsabilidade Civil do Transportador Rodoviário de Carga), RC-DC (Responsabilidade Civil do Transportador Rodoviário por Desaparecimento de Carga) e RC-V (Responsabilidade Civil de Veículo). A medida aumentou a demanda por esses produtos e reduziu o custo de venda para as seguradoras, já que a adesão é mandatória.

Entre janeiro e maio de 2025, segundo a Confederação Nacional das Seguradoras (CNseg), o RC-DC arrecadou R$ 570 milhões, alta de 8,1%, enquanto as indenizações somaram R$ 239 milhões (+12,4%). Já o RCTR-C avançou 1,5%, totalizando R$ 721 milhões em prêmios, com indenizações de R$ 521 milhões (+5,2%). Os números confirmam a alta lucratividade do setor.

Portaria ANTT amplia fiscalização

O mercado deve ganhar novo fôlego com a Portaria SUROC nº 27/2025, publicada pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) em 11 de agosto. A norma prevê a suspensão do Registro Nacional de Transportadores Rodoviários de Cargas (RNTRC) de empresas que não comprovarem a contratação dos seguros exigidos.

roubo de cargas
Esteves Colnago

Para Esteves Colnago, diretor de Relações Institucionais da CNseg, a medida representa um avanço significativo:

Essa normativa traz uma evolução no método de fiscalização, substituindo documentos físicos por um modelo digital e integrado, o que promete maior eficiência e controle sobre a obrigatoriedade da cobertura de seguros no transporte de cargas, aumentando a segurança para toda a cadeia logística.

O sistema digital deverá estar plenamente operacional até 10 de março de 2026. Até lá, a ANTT fornecerá às seguradoras um manual técnico para integração via webservice, garantindo o envio automático das informações de contratação dos seguros RCTR-C, RC-DC e RC-V.

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Marcos Villela Hochreiter
Marcos Villela Hochreiterhttps://www.frotanews.com.br
Atuo como jornalista no setor da mobilidade desde 1989 em diversas redações. Também nas áreas de comunicação da Fiat e da TV Globo, e depois como editor da revista Transporte Mundial por 22 anos, e diretor de redação de núcleo da Motor Press Brasil. Desde 2018, represento o Brasil no grupo do International Truck of the Year (IToY), associação de jornalistas de transporte rodoviário de 34 países. Desde 2021, também atuo como colaborador na Fabet (Fundação Adolpho Bósio de Educação no Transporte, entidade educacional sem fins lucrativos). Em 2023, fundei a plataforma de notícias de transporte e logística Frota News, com objetivo de focar nos temas que desafiam as soluções para gestão de frotas.
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