Os Correios amargam prejuízos superiores a R$ 2,5 bilhões e querem cortar R$ 1,5 bilhão em seus gastos este ano. Será que aumentar a eficiência da frota vai ajudar a estatal nesta árdua missão? Então, vamos conhecer um pouco mais sobre a frota dos Correios que segue sendo modernizada. Além de aquisições em larga escala e testes com modelos de ponta, a estatal acaba de incorporar o Dolphin Mini Cargo, veículo 100% elétrico da BYD, ao seu programa de testes em ambientes urbanos.
O Dolphin Mini Cargo foi entregue nesta semana à estatal e será testado por 90 dias na cidade de Guarulhos (SP). O modelo elétrico tem autonomia de 280 km, volume útil de 2,1 m³ e capacidade de carga útil de 280 kg (sem os ocupantes), podendo chegar a 410 kg no total. Embora mantenha o visual externo do compacto de passeio, o interior foi adaptado: o banco traseiro foi removido para otimizar o espaço interno, tornando o hatch uma opção prática para entregas de última milha em áreas com restrições à circulação de veículos a combustão.
Segundo Bruno Paiva, diretor de vendas de ônibus e caminhões da BYD Brasil, “o Dolphin Mini Cargo representa um passo estratégico da BYD para democratizar a mobilidade elétrica no setor de entregas urbanas. Com ele, ampliamos nosso portfólio para atender a um segmento em crescimento e reforçamos nossa liderança em soluções de transporte limpo”.
Correios do Futuro: meta de 5 mil veículos elétricos
O teste com o Dolphin Mini Cargo faz parte do projeto “Correios do Futuro”, que prevê a aquisição de 5 mil veículos elétricos até o final de 2025. A meta é clara: reduzir a dependência de combustíveis fósseis, modernizar a frota e adequar a operação aos novos padrões ambientais e logísticos. Em dezembro de 2024, os Correios deram início a essa transição com a compra de 50 vans elétricas Peugeot e-Expert, destinadas a operações em São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Distrito Federal.
Essas vans contam com autonomia de até 330 km e utilizam tecnologia de recarga inteligente, desenvolvida pela WEG, que contribui para a redução dos custos operacionais e melhora a gestão energética das entregas.
Renovação da frota convencional também avança
A modernização da estatal não se limita à eletrificação. Nos últimos 18 meses, os Correios investiram mais de R$ 150 milhões na aquisição de cerca de 12 mil veículos — entre furgões, motocicletas e caminhões — e quase 2 mil equipamentos para movimentação de carga.
Em 2024, foram incorporados 5.612 veículos, incluindo 5.311 motocicletas e 301 furgões, com um investimento de R$ 38,6 milhões. Já em 2023, a estatal inovou ao adotar mais de 1.170 Fiat Mobi adaptados, veículos compactos com capacidade de carga de 400 kg. Otimizados para o transporte urbano, esses furgões são 37% mais econômicos do que os modelos tradicionais.
Compromisso com o impacto social e a inovação
A reestruturação da frota está inserida em um projeto mais amplo dos Correios, que busca também diversificar serviços, promover a inclusão digital e atuar de forma mais próxima das comunidades. Entre 2023 e 2024, a empresa investiu R$ 2 bilhões em infraestrutura, veículos e tecnologia, dentro de uma estratégia de inovação aliada à responsabilidade socioambiental.
Projetos como “CEP para Todos” e “Correios Comunidade” já beneficiaram mais de 1 milhão de pessoas, garantindo acesso ao serviço postal em áreas antes desassistidas.
Frota mais limpa e eficiente: o futuro da logística estatal
Com a integração progressiva de veículos elétricos e a expansão contínua de modelos sustentáveis e econômicos, os Correios se posicionam como protagonistas na transformação da logística urbana no Brasil. A empresa mostra que é possível alinhar tradição e inovação, eficiência e responsabilidade ambiental, modernizando-se sem perder o foco em sua missão pública.
À medida que os testes com novos modelos avançam, espera-se que as entregas se tornem cada vez mais limpas, rápidas e eficientes — preparando os Correios para os desafios de uma logística cada vez mais exigente e ambientalmente consciente.
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Novo BYD Dolphin Mini Cargo vs. Renault Kangoo E-Tech vs. Fiorino Elétrico
O mercado de veículos elétricos comerciais no Brasil conta com poucas e acaba de ganhar mais um competidor. A BYD lançou o Dolphin Mini Cargo, uma versão adaptada do seu popular hatch elétrico, voltada para entregas urbanas. O novo modelo chega para disputar espaço com o Renault Kangoo E-Tech e o Fiorino Elétrico, este último fruto de um projeto de retrofit da MEV Rental.

Confira abaixo uma análise completa comparando os três modelos.
Especificações técnicas
| Modelo | Autonomia (km) | Capacidade de Carga | Volume de Carga (m³) | Potência (cv) | Bateria (kWh) | Recarga Rápida |
| BYD Dolphin Mini Cargo | 280 | 289 kg | 2,1 | 75 | 38 | Não informado |
| Renault Kangoo E-Tech | 210 | 690 kg | 4,3 | 120 | 45 | 80 kW DC |
| Fiorino Elétrico (MEV) | Não divulgado | Não divulgado | Não divulgado | Não divulgado | Não divulgado | Não divulgado |
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BYD Dolphin Mini Cargo: praticidade para entregas urbanas
O Dolphin Mini Cargo aposta em uma proposta urbana e compacta. Com 280 km de autonomia, já no padrão INMETRO, o modelo busca as empresas de entrega de pequeno porte e para serviços logísticos de última milha como clientes pelo preço de R$ 115.800.
Pontos fortes:
- Custo operacional muito competitivo.
- Dimensões compactas que facilitam o trânsito em grandes centros.
Pontos fracos:
- Capacidade de carga limitada (apenas 289 kg).
- Volume de carga pequeno (2,1 m³).
- Ausência de informações sobre velocidade de recarga rápida.
Renault Kangoo E-Tech: robustez e tradição
O Renault Kangoo E-Tech é hoje uma das opções mais robustas entre os furgões elétricos disponíveis no Brasil, porém, exige um investimento alto por unidade: R$ 299.390. Com 690 kg de capacidade de carga e 4,3 m³ de volume útil, o modelo francês é indicado para empresas que precisam transportar volumes e pesos maiores.
Pontos fortes:
- Excelente capacidade e volume de carga.
- Disponibilidade de recarga rápida (80 kW DC).
- Motor potente de 120 cv.
Pontos fracos:
- Autonomia inferior ao Dolphin Mini Cargo (210 km).
- Preço de aquisição mais elevado.
- Dimensões maiores, que podem ser um desafio no trânsito urbano pesado.
Fiorino Elétrico (MEV Rental): a proposta de retrofit
O projeto do Fiorino Elétrico, desenvolvido pela startup MEV Rental, promete ser uma alternativa mais acessível para a eletrificação de frotas. Utilizando o chassi do conhecido Fiat Fiorino, a empresa realiza a conversão de combustão para 100% elétrica.
No entanto, até o momento, não foram divulgados dados oficiais sobre autonomia, capacidade de carga, volume interno ou potência, o que dificulta uma análise mais precisa. O valor da locação é de R$ 6.500 por mês.
Pontos fortes:
- Proposta de retrofit torna a eletrificação mais acessível.
- Base do projeto é um modelo já consolidado no mercado de entregas.
Pontos fracos:
- Falta de informações técnicas.
- Desafios comuns de projetos de retrofit (garantia, manutenção e desempenho variável).
Conclusão
O mercado de furgões elétricos no Brasil começa a se diversificar, oferecendo opções para diferentes tipos de operação.
- O BYD Dolphin Mini Cargo é indicado para entregas com pouco volume de carga.
- O Renault Kangoo E-Tech atende operações mais robustas, que demandam maior capacidade de carga e autonomia razoável. A Renault é a única que conta com uma extensa rede de concessionários para o pós-venda.
- O Fiorino Elétrico (MEV Rental) ainda é uma promessa, com potencial de ser uma solução mais econômica para empresas, mas que precisa de mais dados para ser avaliado com precisão.
A escolha ideal dependerá diretamente das necessidades logísticas, do perfil das entregas e da estrutura de recarga disponível em cada operação.


