A Toyota entra em um segmento importante: o de vans de porte médio e 16 lugares (15+1). A Frota News esteve presente em seu lançamento, em Campinas (SP), conversou com os executivos e teve as primeiras impressões no Autódromo Capuava. Com o lançamento da Hiace, a montadora japonesa traz ao país um produto com histórico mundial de mais de meio século, apostando na robustez mecânica da picape Hilux e custo operacional baixo que mira diretamente aliviar o bolso do transportador. Em breve, serão realizados os lançamentos das versões furgão, furgão refrigerado e ambulância.
Segundo Evandro Maggio, presidente da Toyota do Brasil, a Hiace chega ao Brasil integrada ao plano de expansão da marca na América Latina que hoje já responde por mais de 500 mil veículos vendidos por ano e cerca de 12% de participação de mercado. A Hiace é produzida na fábrica da Argentina.
Mecânica da picape Hilux
Se há um trunfo no lançamento da Hiace, é o motor. A van herda o 2.8 turbodiesel 1GD da Hilux e do SW4, com 174 cv de potência e 449,2 Nm de torque já a partir de 1.600 rpm. O câmbio é automático de seis marchas, tração traseira e calibração feita para suportar operações intensas, seja no transporte de passageiros urbanos, seja em fretamentos rodoviário de curta e média distância.
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A suspensão foi adaptada para uso intenso, com McPherson na dianteira e feixe de molas na traseira. O raio de giro é de apenas 6,9 m, e a altura total de 2,28 m facilita acesso a garagens e prédios residenciais, algo raro entre rivais.
A escolha não é aleatória: a Hilux é uma referência em confiabilidade no Brasil. Colocar esse conjunto em uma van é a forma que a Toyota encontrou de reduzir a resistência natural dos frotistas a novos players no segmento.

A primeira versão oferecida por aqui é a Hiace Minibus AT DX, configurada para 15+1 lugares, com bancos individuais reclináveis, cintos de três pontos em todos os assentos e ar-condicionado com saídas dedicadas para o salão de passageiros.
A lista de itens de série impressiona: multimídia de 9 polegadas, portas USB distribuídas, câmera de ré, sensores dianteiros e traseiros, três airbags (frontais e de joelho), além de controles de estabilidade, tração e partida em rampa. A altura de 2,28 m é outro diferencial: permite acesso a garagens comuns, onde rivais mais altos não entram.
Durante o lançamento, Rogério Sasaki, gerente de Planejamento de Produto e Preço da Toyota do Brasil, acrescentou mais informações sobre o modelo. “O capô em formato semi-bonnet amplia o espaço interno e reduz vibrações e ruídos para motorista e passageiros. Pensamos a ergonomia em cada detalhe: painel inclinado para aumentar a visibilidade, central multimídia de 9 polegadas em posição elevada e console rebatível que se transforma em apoio de mesa para quem usa o veículo no dia a dia.”
Segundo Sasaki, todos os 16 assentos foram distribuídos para melhorar a circulação, com bancos reclináveis, revestimentos claros que transmitem sensação de amplitude e saídas de ar individuais no teto. A última fileira, rebatível, permite também o transporte ocasional de cargas.
“Estamos falando de uma ferramenta de trabalho que precisa ser eficiente e versátil. O motor 2.8 turbodiesel aliado ao câmbio automático da Hilux entrega força, economia e confiabilidade. A Hiace foi submetida a dezenas de milhares de quilômetros de testes para assegurar que não vai deixar o transportador na mão”, completou
Embora a estreia seja com a configuração de passageiros, a Toyota já confirmou que ainda em 2025 a Hiace terá versão furgão (H2L2) com cabine para três pessoas e 9,3 m³ de capacidade volumétrica, além de transformações para ambulância e frigorífico/isotérmico. O objetivo é disputar espaço também no transporte de cargas leves e no setor de serviços públicos e privados.

Preço e custo total de propriedade
A Hiace Minibus chega ao mercado por R$ 364.990, posicionando-se na mesma faixa de concorrentes diretos como Mercedes-Benz Sprinter, Fiat Ducato, Renault Master e Ford Transit.
O diferencial da Toyota está no pós-venda. O programa Toyota 10 garante até 10 anos de cobertura (ou 200 mil km) e as três primeiras revisões são gratuitas. Da 4ª à 6ª, o custo é fixo em R$ 1.199 cada. Assim, até 60 mil km, o gasto total com manutenção programada não passa de R$ 3.597, algo inédito no segmento.
Além disso, a Hiace pode ser adquirida por meio de financiamento pelo Banco Toyota sem entrada e três meses de carência, consórcio com prazos de até 120 meses e até locação pela KINTO, empresa do grupo. A estratégia é clara: flexibilizar a entrada do transportador, seja pequeno frotista ou grande empresa.
Mercado e concorrência
O mercado brasileiro de vans soma cerca de 37 mil unidades/ano e deve chegar a 42 mil unidades/ano até 2030, com demanda crescente no transporte executivo, escolar, turismo, serviços de saúde e cargas leves que cresce acompanhando o crescimento do e-commerce.
Com a Hiace, a Toyota busca atrair clientes que hoje rodam com Sprinter, Ducato e Master, prometendo melhor custo-benefício do segmento, atrelado à confiabilidade da marca e ao ecossistema de serviços que vai do financiamento ao pós-venda em mais de 330 concessionárias da marca.


