sexta-feira, dezembro 5, 2025

Reforma tributária e o transporte rodoviário: 8 perguntas e respostas

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A reforma tributária vai mudar profundamente a forma como o transporte rodoviário de cargas paga e repassa impostos no Brasil. Com início da transição em 2026 e conclusão prevista para 2033, o novo sistema promete simplificar tributos, mas também traz desafios importantes para as mais de 200 mil transportadoras do país — especialmente as que hoje estão no Simples Nacional.

Para ajudar transportadores e gestores de frota a entenderem o que está por vir, reunimos as principais dúvidas em formato de perguntas e respostas.

1. Quando a reforma começa a valer?

A transição terá início em 2026 e será concluída em 2033. Nesse período, os atuais tributos (PIS, Cofins, IPI, ICMS e ISS) serão substituídos pelo IVA Dual, formado pela CBS (federal) e pelo IBS (estadual/municipal).

2. O que muda na cobrança de impostos para o transporte?

A principal mudança é que os impostos passam a ser cobrados no destino do serviço, e não mais na origem. Ou seja: o lugar onde o frete é consumido determinará a tributação, e não onde a transportadora está sediada.

3. Isso afeta a logística das cargas?

Sim. Com a nova lógica, indústrias e distribuidores tendem a se aproximar dos mercados consumidores. Isso pode alterar rotas, volumes transportados e até reduzir a importância de alguns polos logísticos criados apenas por incentivos fiscais.

4. O que acontece com os benefícios fiscais que existem hoje?

Eles serão gradualmente eliminados a partir de 2029. Em 2033, não haverá mais incentivos ligados à localização, acabando com o chamado “turismo tributário”.

5. E as transportadoras do Simples Nacional?

Esse é um dos pontos mais críticos. Hoje, cerca de 200 mil transportadoras estão no Simples. Como o regime não permite aproveitar todos os créditos tributários, muitas devem ser obrigadas a migrar para o regime regular (Lucro Real) para não ficarem em desvantagem competitiva.

6. Por que a folha de pagamento preocupa?

A folha de salários é um dos maiores custos do transporte. Mas a reforma não prevê créditos sobre essa despesa. Isso significa que serviços prestados a pessoas físicas, MEIs, empresas do Simples, associações ou condomínios podem ficar mais caros, já que esses clientes não geram créditos.

7. A tecnologia vai ser realmente necessária?

Mais do que nunca. A nova realidade exige controle preciso de custos, tributos e rotas. Softwares de gestão de frota, combustível, pneus e manutenção deixam de ser opcionais: passam a ser ferramentas de sobrevivência no setor.

8. O que os transportadores devem fazer já?

  • Revisar o regime tributário com apoio contábil.
  • Identificar custos ocultos (resíduo tributário).
  • Investir em sistemas de gestão e automação.
  • Acompanhar os clientes e eventuais mudanças nos centros de distribuição.
  • Capacitar equipes para entender e se adaptar às novas regras.

Fontes: Paulo Raymundi, CEO da Gestran, e Lucas Ribeiro, fundador e CEO da ROIT.

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Marcos Villela Hochreiter
Marcos Villela Hochreiterhttps://www.frotanews.com.br
Atuo como jornalista no setor da mobilidade desde 1989 em diversas redações. Também nas áreas de comunicação da Fiat e da TV Globo, e depois como editor da revista Transporte Mundial por 22 anos, e diretor de redação de núcleo da Motor Press Brasil. Desde 2018, represento o Brasil no grupo do International Truck of the Year (IToY), associação de jornalistas de transporte rodoviário de 34 países. Desde 2021, também atuo como colaborador na Fabet (Fundação Adolpho Bósio de Educação no Transporte, entidade educacional sem fins lucrativos). Em 2023, fundei a plataforma de notícias de transporte e logística Frota News, com objetivo de focar nos temas que desafiam as soluções para gestão de frotas.
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