domingo, dezembro 7, 2025

Redução da alíquota de SKD acende alerta no setor automotivo: risco para investimentos e empregos

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A possibilidade de redução do Imposto de Importação sobre veículos desmontados (CKD) e semidesmontados (SKD), pleiteada pela BYD, mobilizou as principais entidades e fabricantes instaladas no país. Quatro montadoras — General Motors, Stellantis, Toyota e Volkswagen — e o Sindipeças enviaram cartas ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva alertando que a medida pode comprometer o futuro da indústria automotiva nacional, impactando diretamente investimentos, produção e empregos. 

O pleito será analisado nesta terça-feira (29) em reunião extraordinária do Comitê de Alterações Tarifárias (CAT) da Câmara de Comércio Exterior (Camex) e, no dia seguinte, pelo Comitê Executivo de Gestão do órgão. A BYD reivindica que a alíquota do Imposto de Importação seja reduzida para 5% em CKD e 10% em SKD, patamares bem inferiores aos atuais — 28% para híbridos e 25% para elétricos quando importados parcialmente montados. 

Na prática, se aceito, o pedido permitirá à BYD ampliar a importação de veículos desmontados com menor custo tributário, o que facilitaria a montagem local de modelos em regime simplificado, sem necessariamente gerar o mesmo valor agregado e transferência tecnológica de uma produção completa. 

Impacto na competitividade e no ecossistema automotivo

Segundo carta assinada pelas quatro montadoras e divulgada pelo presidente da GM, Santiago Chamorro, no LinkedIn, o setor automotivo representa 2,5% do PIB brasileiro, 20% do PIB da indústria de transformação e movimenta US$ 74,7 bilhões ao ano, gerando cerca de 1,3 milhão de empregos diretos e indiretos. “Esse ecossistema está sob risco”, afirma o documento. 

O argumento das empresas é que a redução das tarifas para CKD e SKD desincentiva a produção local, reduz o valor agregado nacional e ameaça os investimentos previstos — R$ 180 bilhões até 2030, segundo a Anfavea. Igor Calvet, presidente da entidade, reforçou que a aprovação da medida pode levar as montadoras a revisar esse montante, o que afetaria o ritmo da transição para veículos elétricos e híbridos no país. 

Entre proteção e abertura: o equilíbrio necessário

As cartas enviadas ao presidente Lula destacam a necessidade de políticas que garantam concorrência equilibrada entre os fabricantes que produzem no Brasil e os que optam por importar veículos semidesmontados. “Defendemos políticas que valorizem quem investe, produz e gera empregos no país”, escreveram as montadoras, reforçando o compromisso com a industrialização local e a inovação tecnológica. 

Mais do que um embate entre montadoras, a discussão expõe um dilema estratégico: como o Brasil pode atrair investimentos e acelerar a transição para uma frota menos poluente sem comprometer sua indústria de transformação? 

A decisão da Camex será acompanhada de perto por todo o setor. Se favorável ao pleito da BYD, poderá redefinir a dinâmica de investimentos no mercado automotivo nacional e abrir um precedente para novos pedidos semelhantes — o que, segundo as entidades, pode significar um retrocesso industrial. 

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Filipi Goschrman
Filipi Goschrmanhttps://www.frotanews.com.br
Filipi Goschrman é um profissional com ampla experiência em inteligência de mercado, tendência, comportamento e negócios. Há 10 anos, se dedica a analisar e entender o mercado e os consumidores. Responsável pelo planejamento comercial do Frota News, atua também como diretor executivo do Guia de Turismo de São Paulo, uma plataforma de serviços e soluções para o turismo na cidade de São Paulo.
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