domingo, dezembro 14, 2025

Parceria que transforma contrabando em biogás e biometano

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Se você tiver veículo movido a gás pode estar abastecendo seu veículo com energia fruto de contrabando. Calma, se abastecer com biometano produzido a partir da seguinte parceria, você não estará cometendo nenhum crime.

A usina hidrelétrica de Itaipu Binacional lidera esta parceria com a Polícia Federal (PF) e a Receita Federal para converter mercadorias apreendidas em energia limpa. Juntamente com o CIBiogás e o Ministério da Agricultura e Pecuária, o projeto visa dar um destino sustentável a produtos de contrabando e descaminho, como cigarros, alimentos e bebidas, que, de outra forma, seriam incinerados ou descartados.

As mercadorias apreendidas são coletadas pela PF e pela Receita Federal e levadas a uma unidade de biogás. Lá, elas são trituradas e misturadas a outros resíduos orgânicos, como dejetos de animais e restos de alimentos. Essa mistura passa por um processo de digestão anaeróbia, onde microrganismos decompõem a matéria orgânica e produzem o biogás. Esse gás, composto principalmente de metano, pode ser usado para gerar energia elétrica, aquecer água ou até mesmo abastecer veículos após ser purificado para transformação em biometano.

Um ciclo virtuoso: do crime à sustentabilidade

A iniciativa não apenas resolve o problema do descarte de contrabando, mas também gera benefícios ambientais e econômicos significativos. Ao transformar lixo em energia, o projeto:

  • Reduz a poluição: A incineração de cigarros e outros produtos libera gases poluentes na atmosfera. O biogás, por outro lado, é uma fonte de energia limpa e renovável.
  • Diminui o desperdício: Produtos que seriam destruídos e descartados são reutilizados de forma produtiva, gerando valor.
  • Promove a economia circular: O projeto cria um ciclo onde um resíduo é transformado em um novo produto, minimizando o impacto ambiental.
  • Gera receita: A energia produzida pode ser vendida, gerando recursos para as instituições envolvidas e para a manutenção do projeto.

O papel de cada parceiro

A sinergia entre as instituições é fundamental para o sucesso do projeto.

  • Itaipu Binacional: Atua como a principal articuladora e investidora do projeto. A usina, que é referência em geração de energia e sustentabilidade, fornece o conhecimento técnico e a infraestrutura para a produção de biogás.
  • Polícia Federal e Receita Federal: São responsáveis pela apreensão, transporte e destinação segura do contrabando.
  • CIBiogás: O Centro Internacional de Energias Renováveis, com sede em Foz do Iguaçu, fornece o conhecimento científico e tecnológico para a conversão de resíduos em biogás. A instituição é referência no desenvolvimento de tecnologias para a produção de energia a partir de resíduos orgânicos.
  • Ministério da Agricultura e Pecuária: É responsável por autorizar o uso de resíduos de origem animal e vegetal na produção de biogás, garantindo a segurança sanitária do processo.

Atualmente, a planta da CINiogás processa cerca de 500 kg de resíduos por dia, podendo chegar até 1 tonelada diária. São produzidos em média 200 m³ de biogás e 100 m³ de biometano por dia, o suficiente para abastecer até dez veículos leves da frota interna de Itaipu, incluindo o ônibus turístico da hidrelétrica. Desde o início da operação, já foram gerados 41,3 mil m³ de biometano, utilizados em mais de 484 mil quilômetros rodados.

Perspectivas futuras

O projeto, que começou como um piloto, tem potencial para ser expandido para outras regiões do país e para outras parcerias. A iniciativa pode ser replicada em outras áreas de fronteira, onde a apreensão de contrabando é frequente. Além disso, a tecnologia pode ser usada para dar um destino sustentável a outros tipos de resíduos orgânicos, como lixo de restaurantes, resíduos agrícolas e esgoto. O projeto é um exemplo de como a inovação e a colaboração podem transformar problemas em soluções sustentáveis e economicamente viáveis.

O que você acha dessa iniciativa? Acredita que ela poderia ser implementada em outras áreas de fronteira do Brasil?

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Marcos Villela Hochreiter
Marcos Villela Hochreiterhttps://www.frotanews.com.br
Atuo como jornalista no setor da mobilidade desde 1989 em diversas redações. Também nas áreas de comunicação da Fiat e da TV Globo, e depois como editor da revista Transporte Mundial por 22 anos, e diretor de redação de núcleo da Motor Press Brasil. Desde 2018, represento o Brasil no grupo do International Truck of the Year (IToY), associação de jornalistas de transporte rodoviário de 34 países. Desde 2021, também atuo como colaborador na Fabet (Fundação Adolpho Bósio de Educação no Transporte, entidade educacional sem fins lucrativos). Em 2023, fundei a plataforma de notícias de transporte e logística Frota News, com objetivo de focar nos temas que desafiam as soluções para gestão de frotas.
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