Quase 100% dos nossos fornecedores de veículos comerciais são de base europeia e, nada como importante saber, é como anda a saúde econômica dessa indústria no Velho Continente. No Brasil, certamente, sabemos que o mercado de caminhões encolheu 17,9% nos primeiros nove meses de 2023, e a de ônibus, cresceu 32,6%.
Os índices são em comparação com o mesmo período do ano passado. E como anda o mercado de veículos comerciais na Europa, que envolve os mesmos fabricantes presentes no Brasil? A ACEA (Associação Europeia de Fabricantes de Automóveis — incluindo vans, caminhões e ônibus) divulgou hoje (27 de outubro) os resultados dos nove meses de 2023, e, por tipo de combustível. Vamos conferir abaixo.
Novos registros de veículos comerciais: furgões e vans +14,3%, caminhões +23%, ônibus +18,5% nos primeiros três trimestres de 2023
Furgões e vans de passageiros
Nos primeiros três trimestres de 2023, as vendas de novas vans (inclui furgões e chassi cabine) na UE aumentaram 14,3%, para 1 milhão de unidades. Este resultado positivo foi impulsionado principalmente pelo sólido desempenho nos principais mercados da UE, com Espanha (+20,5%), Alemanha (+18,2%) e Itália (+16,7%).
No Brasil, os dados não são consolidados, pois os modelos com PBT até 3.500 kg são misturados com picapes e SUV na categoria de comercial leve. Os modelos a partir de 3.501 kg são misturados com caminhões e ônibus.
Caminhões
Os novos registros de caminhões na UE representaram um aumento ainda mais significativo, com um aumento de 23% durante os primeiros três trimestres, totalizando 268.766 unidades. A Alemanha liderou em volumes de vendas, com 75.241 unidades registradas, um aumento substancial de 31,2%. Outros grandes mercados da UE também cresceram significativamente, incluindo Espanha (+23,8%), Itália (+17%), França (+15,6%) e Polônia (+10,9%).
No Brasil, um número baixo de 72.838 caminhões é considerado, levando em conta o tamanho do nosso país, população e o número de cidades que o agronegócio, a indústria e os serviços precisam abastecer.
Ônibus
Os novos registros de ônibus na UE, ao mesmo tempo, registraram um crescimento significativo durante os primeiros três trimestres do ano. Os registros na UE cresceram 18,5% em relação ao ano anterior, para 23.645 unidades. Em termos de volume, a França liderou com 4.735 unidades vendidas, um aumento de 9,1%. Itália (+65,9%) e Espanha (+58,1%) também cresceram consideravelmente.
Este é o segmento que o Brasil mostra a sua força, mesmo que os números pareçam pequenos comparados aos de caminhões. Nos mesmos nove meses, a indústria brasileira emplacou 15.781.
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Vans por tipo de combustível
Nos primeiros três trimestres de 2023, o diesel continuou a ser a primeira escolha, representando 83% do mercado de furgões e vans. No entanto, as fontes de energia alternativas ganham popularidade, resultando numa mudança gradual no mercado.
A participação de mercado das vans eletricamente plug-in subiu para 7,3%, assim como, dobrando em volume, com um aumento de 91,4%. Paralelamente, os furgões e vans a gasolina e o diesel cresceram 39,6% e 9,1%, respectivamente, representando 89% do mercado.
Caminhões por tipo de combustível
O diesel continuou a dominar o mercado de caminhões, representando 95,5% dos novos registros de caminhões de janeiro a setembro deste ano. As vendas de caminhões diesel, sobretudo, na UE cresceram sólidos 22%.
Os novos registros de caminhões elétricos aumentaram impressionantes 321,7%, totalizando 3.918 unidades. Os caminhões elétricos, além disso, representam agora 1,5% do mercado.
Ônibus por tipo de combustível
Nos primeiros três trimestres de 2023, as vendas de novos ônibus eletricamente plug-in na UE aumentaram 31,5%, certamente, atingindo 3.405 unidades e conquistando uma quota de mercado de 14,4%, em comparação com 13% em 2022.
Os ônibus híbridos (diesel ou gás/elétricos) mantiveram o impulso com um aumento de vendas de 156,1%, ademais do que duplicando a quota de mercado em comparação com 2022 (de 5,9% para 12,8%). Apesar da crescente popularidade dos modelos elétricos e híbridos, por certo, os ônibus a diesel ainda mantêm a maior quota de mercado, com 64,7%.
No Brasil, por fim, a estatística mistura caminhões e ônibus, a Anfavea mostra no gráfico abaixo: