sexta-feira, dezembro 5, 2025

O fantasma da escassez de motoristas assombra o setor de cegonheiros

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O Sinaceg (Sindicato Nacional dos Cegonheiros) também está em alerta máximo. A entidade se prepara para um possível “apagão logístico” no futuro, uma ameaça real e crescente que paira sobre a indústria de transporte de veículos zero-quilômetro no Brasil. A profissão de cegonheiro, tradicionalmente passada de pai para filho, enfrenta uma crise de sucessão sem precedentes, e a falta de interesse das novas gerações pode comprometer a fluidez de um dos segmentos mais estratégicos da logística nacional.

O problema reflete um cenário mais amplo, como aponta um estudo do Senatran (Secretaria Nacional de Trânsito), que registrou uma queda de 20% no número de caminhoneiros no Brasil na última década. A vida na estrada, marcada por longos períodos longe de casa, condições de trabalho extenuantes e a violência nas rodovias, afasta os mais jovens. “Não é mais uma profissão que passa de geração para geração,” lamenta Maurício Munhoz, da Transportes Munhoz & Munhoz. O desinteresse é tanto que, segundo Ivan da Silva, da Transmiúdo Transportes, os filhos de cegonheiros preferem atuar na gestão dos negócios da família a assumir o volante.

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José Ronaldo Marques da Silva, o Boizinho, presidente do Sinaceg

Para combater essa tendência, o Sinaceg aposta na modernização e na formação como chaves para atrair novos talentos. A 25ª Expo de Transportes do ABCD, conhecida como a Feira do Cegonheiro, é um dos eventos centrais nessa estratégia. A feira, que acontecerá em São Bernardo do Campo (SP), de 25 a 27 de setembro, apresentará o que há de mais moderno em caminhões e tecnologias. “Caminhões equipados com tecnologia, maior conforto e segurança deixam a jornada menos desgastante,” destaca José Ronaldo Marques da Silva, o Boizinho, presidente do Sinaceg. A ideia é mostrar que a profissão pode ser mais atrativa com o auxílio da tecnologia.

Além da tecnologia, a formação de novos cegonheiros é vista como uma solução fundamental. Márcio Galdino, diretor regional do sindicato, explica que o setor estuda parcerias com transportadoras e centros de treinamento para viabilizar o acesso de jovens à profissão. Diferentemente do passado, quando motoristas novatos passavam meses em treinamento prático com profissionais experientes, hoje os altos custos operacionais inviabilizam esse modelo. A feira não será apenas uma vitrine de negócios, mas um espaço para atrair e inspirar a próxima geração de cegonheiros. Ítalo Nogueira, diretor da Conexão Eventos, resume o espírito do evento: “Mais do que um evento de negócios, estamos preparando três dias de festa para todos se sentirem em casa.

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Marcos Villela Hochreiter
Marcos Villela Hochreiterhttps://www.frotanews.com.br
Atuo como jornalista no setor da mobilidade desde 1989 em diversas redações. Também nas áreas de comunicação da Fiat e da TV Globo, e depois como editor da revista Transporte Mundial por 22 anos, e diretor de redação de núcleo da Motor Press Brasil. Desde 2018, represento o Brasil no grupo do International Truck of the Year (IToY), associação de jornalistas de transporte rodoviário de 34 países. Desde 2021, também atuo como colaborador na Fabet (Fundação Adolpho Bósio de Educação no Transporte, entidade educacional sem fins lucrativos). Em 2023, fundei a plataforma de notícias de transporte e logística Frota News, com objetivo de focar nos temas que desafiam as soluções para gestão de frotas.
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