sexta-feira, dezembro 5, 2025

Novo reajuste dos pedágios em SP pressiona o transporte e preços ao consumidor

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O reajuste dos pedágios com alta de até 10,7% em algumas tarifas reforça tendência de repasse ao frete e ao valor final das mercadorias transportadas no Estado com maior densidade logística do país

A partir de 1º de julho, as tarifas de pedágio nas rodovias estaduais concedidas à iniciativa privada em São Paulo terão um reajuste médio de 5,31%, autorizado pela Artesp (Agência de Transportes do Estado de São Paulo). O aumento segue os contratos de concessão, que preveem correção com base no IPCA acumulado entre junho de 2024 e maio de 2025. Mas os efeitos vão muito além dos números: a elevação no custo logístico já pressiona os transportadores e tende a ser repassada, em cadeia, até o consumidor final.

O maior valor de tarifa continua sendo registrado no sistema Anchieta-Imigrantes, operado pela Ecovias, que conecta a capital paulista à Baixada Santista, principal corredor de exportação via Porto de Santos. Nesse eixo, o pedágio sobe de R$ 36,80 para R$ 38,70 – acréscimo de R$ 1,90, ou 5,16%. A maior alta percentual, no entanto, ocorre no pedágio de bloqueio de Diadema, também na Imigrantes, cuja tarifa vai de R$ 2,80 para R$ 3,10, um aumento de 10,71%.

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No sistema Anhanguera-Bandeirantes, um dos mais utilizados para o escoamento da produção agroindustrial e movimentação de cargas no Estado, os reajustes variam entre R$ 0,50 e R$ 0,80, dependendo do trecho. Em Valinhos, por exemplo, a tarifa sobe 6,25%, saltando de R$ 6,40 para R$ 6,80.

Em outras regiões, os reajustes seguem a mesma lógica contratual. A SP-75, que atende à região de Campinas e o Aeroporto de Viracopos, teve aumento mais contido: de R$ 2,60 para R$ 2,70 no pórtico de pedágio – alta de 3,84%.

Logística sob pressão

O Estado de São Paulo concentra 227 postos de pedágio, incluindo os novos pórticos de free flow, que cobram sem a necessidade de parar em cabines. A malha rodoviária paulista é responsável por escoar grande parte da produção nacional, especialmente de grãos, bens de consumo e carga industrializada. Com isso, qualquer aumento nas tarifas afeta diretamente os custos logísticos das transportadoras.

O frete rodoviário já sofre pressões com aumento do diesel, custos de manutenção, escassez de mão de obra qualificada e agora, novamente, com o reajuste do pedágio. O repasse desses custos para o valor da carga é inevitável. No final da linha, quem paga é o consumidor.

Além do transporte de cargas, o impacto recai também sobre os passageiros de ônibus intermunicipais, cujas tarifas são calculadas com base nos custos operacionais das viagens, incluindo os pedágios. Na prática, o novo reajuste deve encarecer o deslocamento entre municípios, reduzindo o poder de compra, sobretudo, dos trabalhadores de regiões metropolitanas.

Concessionárias e cronograma

O reajuste abrange as concessionárias Autoban, Intervias, Rota das Bandeiras, Renovias, Colinas, CART, ViaRondon, SPVias, Rodovias do Tietê, Ecovias, Ecovias do Leste Paulista, Rodoanel Oeste, SPMar e Rodovia dos Tamoios. Na concessão da Entrevias, o novo valor passa a valer a partir de 6 de julho. Já a Eixo SP, responsável por rodovias no centro-oeste paulista, aplicou reajuste de 5,5% no início do ano.

A lista completa com os novos valores pode ser consultada no Diário Oficial do Estado. A decisão, embora os reajustes previstos em contratos elaborados para isso, reacende o debate sobre o equilíbrio entre os investimentos das concessionárias e a acessibilidade da mobilidade no Estado mais rodoviarista do país.

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E o consumidor?

Mesmo que o aumento pareça pontual, como os R$ 1,90 a mais no pedágio da Imigrantes, ele se multiplica ao longo de toda a cadeia. Caminhões que percorrem longos trechos pagam múltiplos pedágios. Só no pedágio da Imigrantes, uma carreta padrão de cinco eixos paga R$ 193,50, e um bitrem de 9 eixos, paga R$ 348,30.

Isso impacta diretamente o frete, que, por sua vez, é parte significativa do custo logístico total. Com margens apertadas e baixa elasticidade, o varejo tende a reajustar preços – afetando todos os setores da economia.

A discussão sobre o impacto cumulativo de tarifas em cadeias produtivas longas, como ocorre no agronegócio e na indústria, deve ganhar fôlego. Para o consumidor final, resta o peso da alta nos preços – mais uma pressão inflacionária que tem impacto na taxa Selic e dificuldade de crédito, tudo em um país ainda sensível a variações nos custos de transporte.

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