sexta-feira, dezembro 5, 2025

Novo estudo da CNT: Setor de transporte enfrenta gargalos em qualificação e retenção

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Levantamento da Confederação Nacional do Transporte (CNT) analisa mais de 2,8 milhões de vínculos empregatícios e destaca desafios em qualificação e retenção de profissionais no setor

O setor de transporte no Brasil ainda é predominantemente masculino e registra altos índices de rotatividade entre seus trabalhadores. É o que revela o Painel CNT do Perfil do Trabalhador no Transporte, pela Confederação Nacional do Transporte. Com base em dados da Rais (Relação Anual de Informações Sociais), do Ministério do Trabalho e Emprego, o estudo analisou mais de 2,8 milhões de vínculos formais ativos em todo o país.

Segundo o levantamento, 81,1% dos profissionais que atuam no transporte são homens. A maior parte da força de trabalho está na faixa etária entre 30 e 69 anos, o que representa mais de 2,2 milhões de pessoas empregadas nesse segmento essencial para a economia nacional.

O transporte rodoviário de cargas (TRC) lidera entre os modais, com mais de 1,3 milhão de vínculos, equivalente a 46,6% do total. No entanto, outras atividades da cadeia logística também possuem papel relevante. O setor de armazenamento e serviços auxiliares reúne mais de 543 mil empregos, enquanto os serviços postais e de entrega somam 154,7 mil. Os modais ferroviário, aeroviário e aquaviário aparecem com participação menor, mas compõem a diversidade da matriz logística.

A importância do setor de transporte vai além do deslocamento de pessoas e mercadorias. Ele conecta regiões, movimenta a economia e gera milhões de oportunidades. Os dados do Painel CNT evidenciam esse potencial e apontam caminhos para o avanço da qualificação e valorização da mão de obra”, afirma Fernanda Rezende, diretora executiva interina da CNT.

Escolaridade e qualificação

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Fonte: CNT

A escolaridade predominante entre os trabalhadores do setor é o ensino médio completo, que corresponde a 63,3% dos vínculos formais — cerca de 1,7 milhão de pessoas. Por outro lado, 243,3 mil profissionais ainda têm o ensino fundamental incompleto ou não possuem escolaridade formal, o que reforça a necessidade de políticas voltadas à capacitação.

No extremo oposto, 258,5 mil trabalhadores têm ensino superior completo, e pouco mais de 3 mil possuem mestrado ou doutorado, o que indica uma presença ainda restrita de profissionais altamente qualificados.

Alta rotatividade e estabilidade reduzida

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Fonte: CNT

O levantamento também chama atenção para a baixa estabilidade no setor. Apenas 15,7% dos profissionais — cerca de 443,7 mil — estão há mais de dez anos na mesma empresa. Em contrapartida, 270 mil vínculos possuem menos de três meses, e outros 410,8 mil estão entre seis e doze meses. Esses dados indicam uma elevada rotatividade e possíveis desafios na retenção de talentos.

Concentração regional

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Fonte: CNT

A distribuição geográfica dos vínculos reforça a centralidade do Sudeste no setor. A região concentra 31,8% dos empregos formais no transporte, com São Paulo liderando o ranking — são quase 900 mil vínculos ativos. Minas Gerais e Rio de Janeiro também se destacam, seguidos pelas regiões Sul (18,9%) e Nordeste (13,1%).

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Fonte: CNT

Acesso aos dados

O Painel CNT do Perfil do Trabalhador no Transporte está disponível em plataforma digital e interativa, oferecendo filtros detalhados por faixa etária, gênero, raça, escolaridade, tempo de vínculo, segmento de atuação, entre outros critérios. A ferramenta permite uma visão abrangente e personalizada da realidade do setor e pode ser acessada gratuitamente no site da CNT.

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Marcos Villela Hochreiter
Marcos Villela Hochreiterhttps://www.frotanews.com.br
Atuo como jornalista no setor da mobilidade desde 1989 em diversas redações. Também nas áreas de comunicação da Fiat e da TV Globo, e depois como editor da revista Transporte Mundial por 22 anos, e diretor de redação de núcleo da Motor Press Brasil. Desde 2018, represento o Brasil no grupo do International Truck of the Year (IToY), associação de jornalistas de transporte rodoviário de 34 países. Desde 2021, também atuo como colaborador na Fabet (Fundação Adolpho Bósio de Educação no Transporte, entidade educacional sem fins lucrativos). Em 2023, fundei a plataforma de notícias de transporte e logística Frota News, com objetivo de focar nos temas que desafiam as soluções para gestão de frotas.
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