A Naturgy, distribuidora de gás no estado do Rio de Janeiro e sul de São Paulo, anuncia investimentos de R$ 300 milhões e reforça papel do gás como solução para mobilidade urbana mais limpa e eficiente
Durante o Seminário de Gás Natural promovido pelo Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás (IBP), nos dias 14 e 15 de maio, no hotel Fairmont, em Copacabana (RJ), a Naturgy destacou o crescimento do mercado de gás veicular e o papel da infraestrutura no avanço rumo a uma matriz de transporte mais sustentável.
Atualmente, 50% de todo o volume de gás distribuído pela empresa no estado do Rio de Janeiro é destinado ao GNV. Cerca de 1,7 milhão de veículos leves já utilizam o combustível, o que representa aproximadamente 20% da frota fluminense. Agora, o foco está em ampliar esse mercado para caminhões e, principalmente, ônibus.
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No painel “Novas demandas: gás natural e biometano para frotas pesadas”, Giselia Pontes Sereli, diretora comercial da Naturgy Brasil, apresentou os planos da companhia para aumentar a capilaridade da infraestrutura de abastecimento. “Recentemente, anunciamos investimentos da ordem de R$ 300 milhões para ampliar o projeto dos Corredores Sustentáveis. Nosso objetivo é implantar mais 16 corredores nas principais rodovias que ligam o Rio de Janeiro aos demais estados do Sudeste. Com isso, os veículos pesados terão autonomia total para circular utilizando o GNV”, afirmou.
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O estado do Rio de Janeiro já conta com dois corredores sustentáveis nas rodovias Via Dutra e Washington Luís, que somam 11 postos adaptados para o abastecimento de caminhões e ônibus a gás. A ampliação da malha visa facilitar a logística de transporte de cargas e passageiros com menor impacto ambiental.
Potencial de conversão na frota de ônibus
A executiva também destacou o enorme potencial da conversão da frota de ônibus urbanos para GNV, especialmente na cidade do Rio de Janeiro, que possui cerca de 4 mil veículos circulando diariamente. “Existem 37 garagens de ônibus municipais localizadas sob a nossa rede de gás. Isso nos dá uma grande vantagem para viabilizar o abastecimento dessas frotas com GNV, reduzindo significativamente o consumo de diesel e, consequentemente, as emissões”, explicou Giselia.
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Segundo dados da empresa, somente no município do Rio são consumidos aproximadamente 13 milhões de litros de diesel por mês. A substituição pelo gás natural pode representar uma redução de até 20% nas emissões de carbono, além de ganhos econômicos para as empresas operadoras.
Giselia ressaltou que a tecnologia de ônibus a gás já está consolidada, com veículos eficientes, preços competitivos e disponibilidade imediata. “Temos bons exemplos na América Latina. Em Bogotá, na Colômbia, 40% da frota de transporte urbano é composta por ônibus a gás, fabricados no Brasil. Isso mostra que temos a capacidade e a tecnologia necessárias para fazer essa transição no Brasil”, disse.
Caminho aberto para o biometano
A executiva também abordou o papel estratégico do biometano como fonte complementar ao gás natural. Segundo ela, ambas as fontes são intercambiáveis, o que permite que a infraestrutura atualmente em expansão para o GNV possa ser utilizada futuramente para o biometano, conforme a produção ganhar escala.
“Hoje, distribuímos cerca de 7 milhões de metros cúbicos por dia de gás natural no mercado convencional, sem contar o volume destinado às térmicas. Em março deste ano, a produção de biometano no Brasil foi de cerca de 10 milhões de metros cúbicos por mês, segundo a ANP. Ou seja, ainda há um caminho a percorrer para que o biometano possa atender grandes demandas. Mas estamos preparados. A infraestrutura que estamos desenvolvendo estará pronta para receber essa nova fonte energética assim que sua produção amadurecer”, concluiu Giselia.
O painel, moderado por Gabriel Kropsch (Sinergás), também contou com a participação de Laércio Ávila (Consórcio BRT), Vinicius Reiter Plitz (Reiter LOG) e Erik Trench (Ultragaz), que reforçaram o papel do gás natural e do biometano na transformação da matriz energética do transporte brasileiro.


