Agosto foi um mês de freio puxado no mercado de veículos comerciais. Na verdade, como os dados divulgados pela Fenabrave são de emplacamentos, eles representam parte das vendas em agosto, julho e junho. Foram 8.805 caminhões emplacados em agosto, contra 10.448 em julho, com queda de 15,7%. A comparação com agosto de 2024 é ainda mais indigesta: retração de 21,7%. No acumulado de janeiro a agosto, o mercado soma 72.267 licenciamentos – 6,6% abaixo do mesmo período do ano passado (77.403).
O presidente da Fenabrave, Arcelio Junior, não titubeou ao apontar a causa principal: “O crédito segue caro e as empresas continuam seletivas nos investimentos. O agronegócio não favorece esse segmento, que reage quando as condições melhoram, mas está enfrentando desafios importantes neste ano.”
Leia também:
- Toyota Hiace estreia no Brasil com DNA Hilux e mira protagonismo em vans
- Grupo Emtel já cresceu 42% este ano e vai investir na compra de mais caminhões e máquinas
Seminário “Educação para Logística 2025”: os temas importantes para o novo profissional
Implementos rodoviários também em marcha lenta
O segmento de implementos rodoviários não escapou da freada. Foram 5.642 unidades vendidas em agosto, queda de 10% sobre julho e de expressivos 26,6% em relação ao mesmo mês de 2024. No acumulado de oito meses, a queda chega a 20,7%, com 47.761 implementos comercializados.
Ônibus: fôlego mais curto
Nem os ônibus escaparam da maré baixa. O mês de agosto registrou pouco mais de duas mil unidades, retração de 25,4% frente a julho e de 28,8% em relação a agosto de 2024. Ainda assim, o acumulado do ano mantém saldo positivo de 10% – crescimento de 17,2 mil para 18,9 mil unidades.
O dirigente da Fenabrave explica a aparente contradição: “O acumulado positivo mostra retomada gradual em linhas urbanas e de fretamento, mas a redução do ritmo de crescimento, em função das vendas já realizadas do Programa Caminho da Escola, era previsível.”


