Um estudo inédito da Confederação Nacional do Transporte (CNT) reforça a importância dos investimentos em rodovias para o desempenho econômico do setor de transporte no Brasil. A nova edição da Série Especial de Economia – Investimentos em Transporte mensura o efeito direto dos aportes públicos e privados no PIB da atividade.
A análise revela que os aportes privados em rodovias têm efeito mais rápido sobre o PIB do transporte. Um aumento de 1% nos investimentos privados gera impacto imediato de 0,09%, chegando a 0,17% em apenas nove meses. Já os investimentos públicos, no mesmo patamar, provocam crescimento inicial de 0,02%, alcançando 0,15% somente após 18 meses.
Números que revelam a diferença
Entre 2020 e 2024, a média anual dos investimentos privados foi de R$ 11,45 bilhões. Se houvesse acréscimo de 1% (R$ 114,49 milhões), o efeito imediato seria de R$ 295,64 milhões sobre o PIB, alcançando R$ 545,60 milhões em nove meses. Já no caso dos investimentos públicos federais, cuja média anual foi de R$ 10,16 bilhões, um aumento de 1% (R$ 101,60 milhões) resultaria em impacto de R$ 62,42 milhões no curto prazo e R$ 471,56 milhões após 18 meses.
Para o presidente do Sistema Transporte, Vander Costa, os investimentos devem ser vistos como complementares. O privado oferece maior velocidade de retorno e foco em eficiência, enquanto o público é essencial em regiões menos atrativas para concessões.
O setor rodoviário é o mais relevante da logística nacional: responde por 65% do volume de mercadorias e pela mobilidade de mais de 90% das pessoas. Em 2024, gerou R$ 366,26 bilhões – 3,1% do PIB nacional – e empregou 2,88 milhões de trabalhadores.
Ainda assim, as deficiências são graves: apenas 12,4% da malha é pavimentada e 67% das rodovias avaliadas estão em estado regular, ruim ou péssimo, segundo a Pesquisa CNT de Rodovias 2024.
A CNT estima que seriam necessários R$ 99,77 bilhões para recuperar e manter a malha rodoviária. O Brasil ocupa a 116ª posição entre 141 países em qualidade de estradas, atrás de vizinhos como Chile, Argentina e Uruguai.

Outras notícias curtas
Transportadoras de Minas Gerais – Pressionadas pelo aumento generalizado dos custos, principalmente pelo patamar elevado da taxa básica de juros (Selic), a baixa remuneração do frete e outros fatores, as transportadoras mineiras podem caminhar para o colapso financeiro no futuro, alerta o Sindicato das Empresas de Transportes de Cargas e Logística de Minas Gerais (Setcemg).
Postos Petronas – NEXTA, subsidiária da SIM Distribuidora (SIM), estreia neste mês a primeira campanha publicitária para os Postos PETRONAS no Brasil. Com criação da Milà, agência de publicidade da Galeria.holding, a comunicação com a assinatura “Postos PETRONAS. Nossa fórmula é única.”, destaca a experiência dos motoristas por meio da alta qualidade dos produtos e serviços encontrados nos Postos de combustível.
Pontes em risco – O estudo Panorama Geral das Pontes Rodoviárias Brasileiras, baseado em dados do DNIT (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes), ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres) e Artesp (Agência de Transporte do Estado de São Paulo), identificou mais de 11 mil pontes e viadutos em situação de risco estrutural relevante. Essa condição decorre de três fatores principais: ausência de manutenção sistemática, degradação natural dos materiais e falhas na execução das obras.


