A indústria automotiva brasileira, com poucas exceções, tem origem predominantemente de países europeus, o que está diretamente ligado à história do país. No entanto, há uma distinção significativa entre veículos leves e pesados. No segmento de automóveis, como tem ocorrido na Europa, a indústria asiática representa uma ameaça crescente. Já no setor de veículos pesados, por enquanto, as marcas europeias seguem sem concorrência expressiva.
Hoje, diversos CEOs de montadoras participaram de uma reunião de lançamento de defesa promovida pela presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, com o objetivo de fortalecer a competitividade global da indústria automotiva europeia.
Caminhões e ônibus
No caso de caminhões e ônibus, há um grande interesse em proteger as marcas europeias, já que o Brasil representa uma parcela significativa das vendas globais desse setor. Aliás, no mercado de ônibus elétrico, o mercado já está dividido entre marcas europeias e asiáticas.
Durante a reunião, os participantes destacaram a urgência de enfrentar os desafios da competitividade global, especialmente diante da adoção mais lenta do que o esperado dos veículos de emissão zero e da falta de condições favoráveis para essa transição dentro da União Europeia.
Ola Källenius, CEO da Mercedes-Benz e presidente da Associação Europeia de Fabricantes de Automóveis (ACEA), afirmou:
“A indústria automobilística da União Europeia continua totalmente comprometida e economicamente investida na transição para a mobilidade de emissão zero. No entanto, para que essa transição seja bem-sucedida, ela precisa ser impulsionada pelo mercado e pela demanda. O próximo Plano de Ação deve se basear nessa premissa. Um ajuste na abordagem do Acordo Verde Europeu não atrasará a transição, mas, pelo contrário, a impulsionará, eliminando gargalos e introduzindo as flexibilidades necessárias.”
Veículos comerciais
Christian Levin, CEO do Grupo Traton e da Scania, além de presidente do Conselho de Veículos Comerciais da ACEA, acrescentou:
“A transformação da indústria automotiva depende de um entendimento compartilhado entre o setor produtivo e as políticas públicas. A presidente von der Leyen demonstrou um forte compromisso em reduzir a burocracia e, ao mesmo tempo, adotar medidas adicionais para acelerar a transição verde, garantindo assim a competitividade europeia. Os fabricantes de veículos comerciais apoiam metas climáticas ambiciosas, mas ressaltam que, para alcançá-las, não basta estabelecer objetivos. A rápida implementação da infraestrutura necessária e a criação de condições favoráveis, como a paridade do custo total de propriedade (TCO) e incentivos à demanda, são essenciais.”
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Os membros da ACEA enfatizaram que, para garantir o sucesso desse diálogo, futuras reuniões devem envolver ativamente todos os fabricantes e fornecedores com presença industrial significativa na Europa. Além disso, os grupos de trabalho devem refletir as especificidades do setor de veículos pesados. A ACEA se comprometeu a colaborar com os comissários responsáveis em quatro áreas temáticas para contribuir com o desenvolvimento do próximo Plano de Ação.
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