sexta-feira, dezembro 5, 2025

O que é o e-Dutra e como vão substituir 1.000 caminhões a diesel por elétricos no principal corredor logístico do país

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O projeto Laneshift e-Dutra, que reúne 17 empresas dos setores automotivo, logístico e energético, foi lançado com a meta de colocar 1.000 caminhões elétricos em operação diária até 2030. Esse número vai representar 1,7% do volume atual de 60 mil caminhões  a diesel que circularam diariamente pela Rodovia Presidente Dutra, via que faz parte do primeiro projeto de corredor verde de transporte de cargas do país — eixo que conecta São Paulo e Rio de Janeiro.

A iniciativa é fruto da colaboração entre Volkswagen Truck & Bus (VWCO), Scania, Amazon, DHL Supply Chain, C40 Cities, Smart Freight Centre, Calstart e outros parceiros. O projeto tem potencial para evitar 75 mil toneladas métricas de CO₂, o equivalente à retirada de 16 mil carros das estradas até o fim da década.

Para a Gigantes Elétricos — coalizão de organizações da sociedade civil que atua para acelerar a eletrificação do transporte de carga no Brasil —, o Laneshift e-Dutra simboliza um ponto de virada. Além dos ganhos ambientais, os parceiros do projeto destacam os efeitos positivos sobre a saúde pública e a competitividade.

Para Clemente Gauer, da ABVE (Associação Brasileira de Veículos Elétricos), o e-Dutra inaugura uma nova era. “Os fabricantes têm a responsabilidade de ir além da produção. É preciso investir em recarga, capacitação de frotas e colaboração com reguladores para tornar a eletrificação competitiva.”

Primeiros testes em rota real

e-Dutra
Scania 30G 4×2, com 300 kW (410 cv) e autonomia de 250 km

O marco prático da iniciativa já está nas estradas. Desde outubro, Amazon, DHL Supply Chain e Scania operam o primeiro caminhão elétrico de grande porte em rota de longa distância no Brasil: um Scania 30G 4×2, com 300 kW (410 cv) e autonomia de 250 km.

O veículo circula entre Cajamar e Taubaté (SP), sendo recarregado no centro logístico da Amazon, em Guarulhos.

“Queremos demonstrar que a eletrificação também é viável em rotas longas e pesadas”, afirma Saori Yano, chefe de Sustentabilidade da Amazon no Brasil. “Nosso objetivo é acelerar a transição para cargas de baixas emissões.”

Na DHL, João Meneghetti, diretor de Sustentabilidade, reforça o pioneirismo da operação: 

“Percursos longos são o maior desafio — e é justamente onde o impacto é mais relevante. Este é o primeiro passo para o corredor verde de transporte no Brasil.”

Eletropostos e corredores descarbonizados

O Laneshift e-Dutra prevê a instalação de hubs de recarga ultrarrápida a cada 100 quilômetros, abastecidos por energia solar e eólica. Esses pontos atenderão tanto caminhões quanto automóveis elétricos e serão integrados a plataformas digitais de gestão energética e monitoramento.

Em setembro, um Volkswagen e-Delivery de 11 toneladas, em parceria com a LOTS Group (Scania Group), percorreu 800 km entre Resende e Sorocaba, utilizando apenas carregadores já existentes. O trajeto serviu para mapear a infraestrutura atual e identificar gargalos técnicos.

Roberto Cortes, CEO da Volkswagen Caminhões e Ônibus, resume o propósito da marca:

Entramos como fundadores porque acreditamos em soluções sustentáveis para todos. O Laneshift é a base de uma mobilidade inteligente e coletiva.”

Fabricantes como Volvo, Scania e Mercedes-Benz já manifestaram interesse em utilizar o corredor como campo de testes para suas novas gerações de caminhões elétricos. Grandes operadoras logísticas estudam integrar a rota a suas operações regulares, unindo eficiência operacional e reputação ambiental. Aliás, a Mercedes-Benz já realizou o seu próprio teste com o eActros:

Como resume Alex Nucci, diretor de Vendas de Soluções da Scania Operações Comerciais Brasil:

“A eletrificação é a evolução natural do transporte. É uma jornada que equilibra sustentabilidade ambiental, econômica e social. E estamos avançando com determinação.”

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Marcos Villela Hochreiter
Marcos Villela Hochreiterhttps://www.frotanews.com.br
Atuo como jornalista no setor da mobilidade desde 1989 em diversas redações. Também nas áreas de comunicação da Fiat e da TV Globo, e depois como editor da revista Transporte Mundial por 22 anos, e diretor de redação de núcleo da Motor Press Brasil. Desde 2018, represento o Brasil no grupo do International Truck of the Year (IToY), associação de jornalistas de transporte rodoviário de 34 países. Desde 2021, também atuo como colaborador na Fabet (Fundação Adolpho Bósio de Educação no Transporte, entidade educacional sem fins lucrativos). Em 2023, fundei a plataforma de notícias de transporte e logística Frota News, com objetivo de focar nos temas que desafiam as soluções para gestão de frotas.
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