segunda-feira, dezembro 15, 2025

Conheça os jogos de ilusões das administradoras de consórcios 

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As administradoras de consórcios mentem muito. Muito mesmo. Essa é uma realidade que a Frota News já vinha investigando. E, nesta semana, o empresário e digital influencer Leonardo Busin, CEO da Bozin Transportes, decidiu escancarar publicamente algumas dessas mentiras. A fala dele ecoa críticas recorrentes do mercado e reforça um ponto central: o sistema de consórcios no Brasil, apesar de ser legal e regulamentado, é cercado de estratégias de venda enganosas. 

Neste artigo, além de contextualizar as declarações de Bosin, vamos trazer dados oficiais, informações de regulação e relatos de clientes para demonstrar como essas práticas afetam diretamente milhares de consumidores. 

Minha experiência negativa com a Embracon

Eu mesmo fui cliente da Embracon. Passei por uma situação em que fui induzido ao erro, mas recorri ao Banco Central do Brasil, órgão que regula e fiscaliza as administradoras de consórcios. Foi o Banco Central que obrigou a empresa a cumprir a lei em menos de oito horas. Ou seja, não é um problema isolado de uma administradora: trata-se de um sistema que opera na fronteira do que é legal e do que é ético. Eu já tinha quitado uma carta de consórcio da Embracon, mas ela criou burocracias ilegais para pagar à Peugeot do Brasil, segundo o Banco Central.  

As três grandes mentiras dos consórcios

“Não tem burocracia” 

A promessa é de adesão rápida e contemplação simples, mas só na hora de comprar a carta de crédito. Mas, na prática, o cliente enfrenta processos de análise de crédito rígidos, exigência de garantias e até recusa de utilização do crédito, o que prolonga prazos e gera frustração. Nenhuma admistradora de consórcio conta isso para o comprador inocente da cota.  

“Não tem juros” 

Tecnicamente, é verdade que não há cobrança de juros como em um financiamento bancário. Mas existe a taxa de administração (pseudônimo para juros), que funciona como a remuneração da empresa, podendo chegar a valores próximos aos de um financiamento tradicional. Além disso, há fundos de reserva e outras tarifas que encarecem o custo final. 

“O consórcio é uma poupança” 

Essa é a mentira mais perversa e mais perigosa. Diferente da poupança ou de um investimento, o consórcio não garante liquidez. O cliente pode demorar anos para ser contemplado e, se desistir no meio do caminho, enfrenta dificuldades para recuperar o que pagou — e quase sempre perde parte considerável do dinheiro. 

O impacto para o consumidor e para o setor de transportes 

No caso de empresas de transporte e logística, as promessas quebradas de consórcio geram planejamento financeiro distorcido, imobilização de capital e perda de oportunidades de renovação de frota. Para o pequeno empresário ou autônomo, o efeito é ainda mais grave: o consórcio vendido como “solução simples” pode virar uma armadilha de longo prazo. 

E as viagens? 

Administradoras de consórcio, como Scania e Iveco, sorteiam ou oferecem viagens para os clientes, como se existisse almoço grátis e o que cliente não percebe é que o custo da viagem está embutido na cota do consórcio.  

O que os clientes precisam saber

  • O Banco Central é o órgão regulador. Reclamações devem ser feitas lá, e não apenas no Procon. 
  • Para registrar uma reclamação no Banco Central, o cliente pode utilizar diversos canais de comunicação para garantir que sua solicitação seja analisada de forma adequada. Entre as opções disponíveis estão o portal do Banco Central, onde é possível registrar reclamações e obter informações sobre serviços e produtos, o canal “Fale Conosco”, que também recebe reclamações e sugestões, e o SAC (Serviço de Atendimento ao Consumidor), específico para reclamações sobre produtos e serviços financeiros.
  • Uma dica: o Banco Central é extremamente rigoroso com essas instituições financeiras, com penalizações severas para elas.
  • Caso a reclamação não seja resolvida pelos canais habituais (sempre é resolvida), a Ouvidoria pode ser acionada como um canal independente. Além disso, o telefone 145 está disponível de segunda a sexta-feira, das 8h às 20h, para registro de reclamações.
  • O consórcio pode ser uma alternativa válida em alguns casos, mas nunca deve ser confundido com investimento ou “poupança programada”. 

Conclusão

As declarações de Leonardo Bosin expõem uma realidade que milhares de clientes já viveram na prática: o discurso das administradoras de consórcios está cheio de armadilhas. E a única forma de reduzir os danos é informação clara, regulação mais  

Minha sugestão: as administradoras de consórcios passem a ser mais transparentes. 

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Marcos Villela Hochreiter
Marcos Villela Hochreiterhttps://www.frotanews.com.br
Atuo como jornalista no setor da mobilidade desde 1989 em diversas redações. Também nas áreas de comunicação da Fiat e da TV Globo, e depois como editor da revista Transporte Mundial por 22 anos, e diretor de redação de núcleo da Motor Press Brasil. Desde 2018, represento o Brasil no grupo do International Truck of the Year (IToY), associação de jornalistas de transporte rodoviário de 34 países. Desde 2021, também atuo como colaborador na Fabet (Fundação Adolpho Bósio de Educação no Transporte, entidade educacional sem fins lucrativos). Em 2023, fundei a plataforma de notícias de transporte e logística Frota News, com objetivo de focar nos temas que desafiam as soluções para gestão de frotas.
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