sexta-feira, dezembro 5, 2025

Scania patina na transição para caminhões elétricos na Europa, enquanto Scania Brasil tem sucesso com biometano

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O que há de sucesso e desafios na transição energética dos mercados de caminhões europeus e brasileiros em comum? Ou diferente. Todos os fabricantes de caminhões e ônibus no Brasil são europeus, com algumas exceções. Então, precisamos entender o que acontece na Europa, pois tem reflexo no Brasil. Vamos entender?

A European Automobile Manufacturers’ Association (ACEA), equivalente à Anfavea no Brasil, está em rota de colisão com os políticos da União Europeia. Isso é público e está em toda imprensa europeia. E há um executivo de uma montadora suéca muito corajoso que está exponto a incoerência entre desejos polítcios e viabilidades industriais.

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Os políticos europeus querem fazer a transição energética na canetada e querem que alguém paguem a conta. Este alguém chama-se fabricante de veículos europeu. Não pode ser a BYD. Tem que ser empresas europeias. Como resolver este embrólio? Ninguém ainda sabe. A reflexão a seguir é sobre o impacto do que ocorre na indústria automotiva europeia que pode ter impacto no Brasil.

O problema não é de engenharia, e sim político

Todas as montadoras de caminhões europeias já oferecem, em seus portfólios, modelos elétricos a bateria (BEV). O problema é que os transportadores não querem comprá-los — e, diante disso, a UE ameaça multar os fabricantes pelo fato de os clientes resistirem à adoção da tecnologia. A China fez isso, mas é uma ditadura política. A Europa se classica como democracia. Mas, quando o assunto é transição energética, porque uma “ditadura” é mais eficiente do que uma “democracia”. Vamos tentar entender essa história?

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O CEO da Scania explica

Há CEO de montadora que está exponto o problema para a opinião pública. Christian Levin, CEO do Scania Group, presidente do Conselho Executivo do TRATON GROUP e do Conselho de Veículos Comerciais da ACEA, é o mais expoente em chamar a sociedade para o debate.

Ele não é o primeiro entre todas montadoras, mas no segmento de caminhões, é o primeiro. Carlos Tavares, que foi CEO da Peugeot e Stellantis já expos o custo da transição energética as pressas, como explicar assim: “vamos fazer, não durante o mandato dos políticos”.

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O presidente do conselho da Toyota também, Akio Toyoda. A Toyota é a montadora mais corajosa no planeta. Vamos fazer transição energética? Vamos, mas conforme a realidade possível. No Brasil, temos etanol. E a Toyota foi primeira montadora a criar um veículo híbrido movido a etanol, agora copiado pelas outras montadoras, como a Stellantis. A Scania foi a primeira montadora a criar o caminhão movido a biometano.

O recado é simples: transição energética não se faz em um mandato político, mas com planejamento. As pressas, vai dar errado. E está dando errado.

Se os CEOs das montadoras europeias não estão entendendo essa lógica dos políticos da UE, quem vai entender? E será que os CEOs das montadoras brasileiras compreendem por que as políticas de biocombustíveis no Brasil são melhores que as ideias europeias? Sim.

A China, para resolver esse impasse, taxou os veículos a diesel e os combustíveis fósseis de forma que se tornassem mais caros do que os elétricos. Será essa a solução? A indústria de caminhões está “temerosa” de que esse seja um dos caminhos. Decisões políticas similares já foram adotadas no Brasil, como a recente política de incentivos do “Carro Verde”, entre outras.

Vale a pena acompanhar de perto essa disputa para que o Brasil não repita o mesmo enredo. Um bom ponto de partida é a entrevista de Christian Levin, CEO do Scania Group, presidente do Conselho Executivo do TRATON GROUP e do Conselho de Veículos Comerciais da ACEA. Ele detalha as dificuldades da transição do transporte rodoviário de cargas para a eletrificação e afirma que essa mudança vai ser um grande desafio se nada diferente for feito pelos demais agentes da descarbonização. Levin diz verdades que muitos não querem ouvir.

A boa notícia é que o Brasil conta com alternativas como os biocombustíveis — entre eles, o biometano. Importante frisar: o impasse europeu envolve o transporte de cargas. No caso do transporte urbano de passageiros, os ônibus elétricos avançam bem e têm futuro promissor. Pela primeira vez, soluções tecnológicas para cargas e passageiros seguem caminhos distintos — um fato inédito que merece atenção.

Os números: a Scania emplacou 112 caminhões elétricos na Europa, conforme o último relatório da empresa. No Brasil, a Scania já emplacou mais de 2.000 caminhões a gás desde o lançamento em 2019.

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Marcos Villela Hochreiter
Marcos Villela Hochreiterhttps://www.frotanews.com.br
Atuo como jornalista no setor da mobilidade desde 1989 em diversas redações. Também nas áreas de comunicação da Fiat e da TV Globo, e depois como editor da revista Transporte Mundial por 22 anos, e diretor de redação de núcleo da Motor Press Brasil. Desde 2018, represento o Brasil no grupo do International Truck of the Year (IToY), associação de jornalistas de transporte rodoviário de 34 países. Desde 2021, também atuo como colaborador na Fabet (Fundação Adolpho Bósio de Educação no Transporte, entidade educacional sem fins lucrativos). Em 2023, fundei a plataforma de notícias de transporte e logística Frota News, com objetivo de focar nos temas que desafiam as soluções para gestão de frotas.
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