quinta-feira, julho 4, 2024
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Caminhões a gás no Brasil: emplacamentos, postos e perspectivas

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Neste artigo, vamos analisar o mercado de caminhões a gás no Brasil. Qual o número de unidades já estão rodando no País? Onde abastecer caminhões em posto de alta vazão? Qual a diferença de emissão entre o gás natural veicular e o biometano? Qual a autonomia dos caminhões vendidos no Brasil? E o que é a Mochila GNC oferecida pela Scania Argentina?

As vendas de caminhões começaram a crescer, de forma substancial, de 2021 de cá. Isso porque a Scania Brasil lançou modelos com um moderno motor de ciclo otto a gás, que apresenta a mesma eficiência em potência e torque de um motor a diesel.

No entanto, os desafios ainda são grandes. A começar pelo preço do caminhão, devido a dependência de componentes importados. Ou desafio é a infraestrutura para abastecimento. Veja sobre isso mais adiante.

Esses são os principais empecilhos para transportadores e fabricantes investirem nesta solução alternativa de transporte mais sustentável.

Unidades emplacadas

Segundo a Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores), foram emplacados 61 unidades (de janeiro a agosto de 2023), 356 (em 2022) e 93 (em 2021). Apesar da queda neste ano, a tendência é o número continuar crescendo. Há diversos ecsinais do interesse de embarcadores pela tecnologia e investimentos em soluções de infraestrutura e na produção de biometano.

Por enquanto, a Scania Latin America é a única fabricante de caminhões a gás no Brasil, sendo responsável pela quase totalidade dos 510 emplacados de janeiro de 2021 até o momento. Algumas unidades são da Iveco, emplacadas para testes e futuro lançamento. As demais fabricantes de caminhões já declaram que não vão produzir caminhões a gás no Brasil devido a precária infraestrutura de abastecimento. Além dos fabricantes, há transportadores que tem trocado os motores a diesel por movido a gás por conta própria.

De fábrica, no momento, são três opções de potências oferecidas pela marca sueca: 280 cv, 340 cv e 410 cv. Para 2024, a marca prometeu o de 460 cv.

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Autonomia e a Mochila GNC

A Scania também tem apresentado soluções para aumentar a autonomia desses caminhões. Dessa forma, eles podem rodar de 400 km, com gás comprimido (GNC), até 1.200 km com gás liquefeito (GNL).

Para os cavalos mecânicos, a Scania Argentina encontrou uma solução para ampliar a autonomia do modelo a gás comprimido para 800 km. Chama de Mochila GNC, trata-se de tanques adicionais de quatro tubos de 217 litros cada (868 litros no total). Eles se somam aos oito tanques de 118 litros cada de fábrica.

Assim, a capacidade total passa ser de 1.812 m3.

A Mochila GNC, fabricada pela empresa americana Hexagon Agility, pesa 800 kg, portanto, 800 kg a menos de carga útil a ser transportada. Os tanques extras ocupam 60 cm atrás da cabine, o que não prejudica o uso de um semirreboque tradicional de 3 eixos. A Argentina é o primeiro país da América do Sul a importar a Mochila GNC e ela pode ser instalada, por enquanto, somente nas concessionárias Scania argentinas.

caminhões a gás no Brasil
A Mochila GNC conta com quatro tanques extras

Os preços gás x diesel

Vamos entender a diferença de preço entre o modelo Scania R 410 6×2 a gás e diesel, segundo a tabela Fipe. O caminhão a gás comprimido, R$ 1.316.021; e a gás liquefeito, R$ 1.317.125. Como não existe o R 410 a diesel, vamos pegar o mais próximo a diesel como referência. Este custa R$ 886.000. A diferença é de R$ 430.021, ou seja, o modelo a gás custa 48,55% a mais do que o modelo a diesel similar, mas com 40 cv a mais de potência.

GNV x biometano

Aí fica uma grande pergunta: qual o sentido de um transportador pagar 48,55% a mais em um caminhão a gás e abastecê-lo com GNV (Gás Natural Veicular) em vez de utilizar o biometano? O GNV é um combustível fóssil que emite apenas 15% menos CO2 em relação ao diesel. Já o biometano chega a reduzir em até 90% a emissão de CO2.

Lógico que a razão é a facilidade de encontrar o GNV e a dificuldade de encontrar o biometano. No entanto, está ocorrendo vários investimentos para a produção deste gás natural renovável no Brasil. Segundo a ABiogás – Associação Brasileira do Biogás, já existem seis usinas no País autorizadas pela ANP – Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis. Outras 11 estão em processo de autorização. A previsão é que o país tenha 81 usinas até 2020.

Alguns exemplos dos últimos investimentos: Orizon Valorização de Resíduos, Raízen, Frimesa e MDC Energia, para ficarmos em quatro exemplos.

caminhões a gás no Brasil
Um dos ecoparques da Orizon que transforma biogás em biometano

Abastecer com GNV é dar um passo em direção ao transporte mais sustentável, o que já é melhor do que não fazer nada. No entanto, abastecer com biometano é dar 10 passos, pois, além da redução das emissões, também promove a economia circular, pois este gás é derivado do biogás, produzido com resíduos, geralmente, enviados para os lixões.

Postos de abastecimento para caminhão

Postos de abastecimento de caminhão a gás com vazão de alta pressão são aqueles que possuem um sistema de dispenser que permite abastecer um caminhão a gás em um tempo menor do que o normal. A vazão de alta pressão pode chegar a 150 kg/h, enquanto a vazão normal é de 50 kg/h.

Esse tipo de posto é importante para os caminhões a gás, pois permite que eles reabasteçam mais rapidamente, o que aumenta a eficiência e a produtividade. Além disso, a vazão de alta pressão ajuda a reduzir o tempo de parada do caminhão, o que pode gerar economia para o transportador.

No Brasil, ainda há poucos postos de abastecimento de caminhão a gás com vazão de alta pressão. No entanto, esse número vem crescendo nos últimos anos, à medida que a demanda por caminhões a gás aumenta.

Se você está procurando um posto de abastecimento de caminhão a gás com vazão de alta pressão, é importante pesquisar as opções disponíveis na sua região.

Você pode encontrar informações sobre esses postos em sites de busca, em aplicativos de navegação e em sites de associações de distribuidores de gás.

Aqui estão alguns dos postos de abastecimento de caminhão a gás com vazão de alta pressão no Brasil: Posto Graal 3 Garças, em Guaratinguetá (SP). Mime Araquari Sul, em Araquari (SC). Rodopar, em São Paulo (SP). Ipiranga, em Campinas (SP). Shell, em Curitiba (PR). Esses são apenas alguns exemplos, e o número de postos com vazão de alta pressão está sempre crescendo.

Em suma, grandes redes de postos já anunciaram que vão investir na distribuição do biometano. Entre elas, Shell, Vibra Energia e Ipiranga.

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Marcos Villela Hochreiter
Marcos Villela Hochreiterhttps://www.frotanews.com.br
Sou jornalista no setor da mobilidade desde 1988, com atuações em jornais, nas áreas de comunicação da Fiat e da TV Globo, como editor da revista Transporte Mundial entre 2002 e maio de 2023, e com experiência em cobertura na área de transporte no Brasil e em cerca de 30 países. Representante do Brasil como membro associado do ITOY (International Truck of the Year), para troca de experiências e conteúdos jornalísticos. Mais, recente começou como colaborador do corpo docente na Fabet (entidade educacional sem fins lucrativos).
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