Conforme a Frota News já havia adiantado em 29 de maio em um artigo sobre a descarbonização da coleta de lixo na capital sul-mato-grossense, Campo Grande, agora temos a confirmação e mais detalhes sobre o início de operasção de três caminhões movidos a gás Scania G 280 XT 4×2, além do início de testes com um ônibus também movido a gás.
Na última sexta-feira (11), a prefeitura e a Solurb — concessionária responsável pela limpeza urbana da cidade — receberam oficialmente três caminhões Scania modelo movidos a GNV (Gás Natural Veicular de origem fóssil) ou biomenano, um gás renovável, mais limpo e que faz parte da economia circular. A cerimônia foi realizada na sede da Casa Scania P. B. Lopes, representante da marca sueca na região.
A aquisição dos novos veículos representa a modernização de parte da frota da Solurb, substituindo caminhões movidos a diesel por modelos com tecnologia mais limpa. Com a entrega, Campo Grande torna-se a terceira cidade do Brasil a operar a coleta de resíduos sólidos com caminhões movidos a gás, ao lado de São Paulo e Curitiba.
Além da renovação da frota com caminhão a gás, a Solurb instalou gerador de hidrogênio em 30 caminhões da frota a diesel que já estava em operação. Leia mais no artigo abaixo:
Solurb avança na descarbonização da frota com uso do gerador de hidrogênio no MS
Descarbonização em pauta
O projeto de renovação da frota está alinhado com o plano municipal e estadual de descarbonização. De acordo com a presidente da MS Gás, Cristiane Schmidt, a entrega é apenas o primeiro passo de uma iniciativa mais ampla que pretende neutralizar as emissões de carbono de Campo Grande até 2030. “Estamos trabalhando para que o aterro sanitário, operado pela Solurb, passe a produzir biometano. Esse combustível 100% renovável substituirá o gás natural atualmente utilizado, ampliando ainda mais a descarbonização da frota pesada da cidade”, destacou a executiva.

Além de reduzir significativamente as emissões de CO₂, o motor do caminhão a gás de ciclo Otto também proporciona menor nível de ruído, melhora a qualidade do ar e reduz a dependência de combustíveis fósseis. A coleta de resíduos sólidos é uma das atividades urbanas mais sensíveis às emissões locais e de ruídos, uma vez que os veículos rodam diariamente em áreas densamente povoadas.
Tecnologia Scania a favor do meio ambiente
Os modelos entregues são caminhões Scania G 280 XT 4×2, equipados com motor de 9 litros Euro 6, capazes de operar tanto com gás natural comprimido (GNV) quanto com biometano em qualquer proporção. Os veículos foram configurados com cabine G — que acomoda até quatro ocupantes — e contam com o pacote off-road XT, ideal para as exigências operacionais do segmento de coleta urbana.
Segundo Daniel Bandeira, gerente de Vendas de Soluções de Transporte da Scania no Brasil, o modelo foi projetado para entregar desempenho robusto com menor impacto ambiental. “A Scania é pioneira no desenvolvimento de caminhões movidos a gás no país. Desde o início das vendas, em 2019, já comercializamos mais de 1.500 unidades, sendo mais de 150 dedicadas à coleta de resíduos. Campo Grande tem potencial para ampliar ainda mais esse mercado”, afirmou.
Com torque de 1.350 Nm e peso bruto total combinado (PBTC) de 40 toneladas, os veículos têm autonomia elevada, graças à capacidade de armazenagem de até 230 m³ de gás em seus oito cilindros. A transmissão é feita pela caixa Opticruise G25CM, a mesma utilizada na linha Scania Super, que proporciona trocas de marchas mais suaves e eficientes.
“A jornada de aquisição junto à Casa Scania foi extremamente positiva. Recebemos apoio consultivo desde o início, o que nos deu a confiança necessária para investir em uma tecnologia relativamente nova para nossa região”, declarou Elcio Terra, superintendente da Solurb.
Transporte coletivo também na mira
Além da entrega dos caminhões, Campo Grande iniciou também os testes com um ônibus urbano movido a gás natural, fornecido pela mesma concessionária. O veículo será avaliado durante 30 dias em rotas urbanas, com o objetivo de expandir a aplicação da tecnologia sustentável também ao transporte coletivo da cidade.
“A ideia é verificar o desempenho em diferentes situações operacionais, desde consumo e autonomia até conforto dos passageiros e comportamento dinâmico em vias de alta e baixa demanda”, explicou Daniela de Andrade Lopes Gomes, diretora da Rede P. B. Lopes
Com a possível adoção em larga escala, a substituição gradual dos ônibus a diesel por modelos a gás ou biometano traria ganhos substanciais para a qualidade do ar, saúde da população e emissões de carbono.


