O setor de implementos rodoviários começou 2025 com um leve alta nas vendas. Segundo balanço da Associação Nacional dos Fabricantes de Implementos Rodoviários (Anfir), o volume negociado em janeiro apresentou alta de 1,5% em relação ao mesmo mês do ano passado. O total de implementos comercializados passou de 11.238 para 11.461 unidades.
Por segmentos
Os implementos leves, representados pelas carrocerias sobre chassi, foram os principais responsáveis pelo desempenho positivo do setor. Em janeiro, foram entregues 5.270 unidades, um crescimento expressivo de 25,1% em comparação ao mesmo período de 2024, quando foram registrados 4.213 produtos.
Por outro lado, o segmento de pesados, que inclui reboques e semirreboques, apresentou queda. No primeiro mês do ano, os licenciamentos desses equipamentos somaram 6.191 unidades, uma retração de 12,5% frente aos 7.075 emplacamentos registrados em janeiro de 2024.
Expectativa positiva para os pesados
Apesar da queda nos pesados, a Anfir não vê motivo para preocupação. Para o presidente da entidade, José Carlos Spricigo, o resultado está dentro das expectativas e deve melhorar nos próximos meses. “As operações logísticas do agronegócio, como a colheita da soja, estão no início e isso deve refletir positivamente nas vendas de reboques e semirreboques”, afirma.
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Perspectivas para 2025
A Anfir projeta um cenário de estabilidade com possível leve crescimento ao longo do ano. A previsão é de que o mercado registre a comercialização de 155 mil unidades em 2025, um volume um pouco acima das estimativas para 2024, que variaram entre 153 mil e 155 mil implementos.
O segmento de pesados deve repetir o desempenho esperado para o ano anterior, com aproximadamente 90 mil unidades vendidas. No entanto, a entidade não descarta um crescimento, impulsionado pelo agronegócio e pela retomada de investimentos logísticos.
Nos implementos leves, a tendência é de manutenção dos números, com vendas entre 60 mil e 65 mil unidades, refletindo a expansão do consumo interno e a crescente demanda do setor alimentício, que impulsiona a procura por carrocerias refrigeradas.
Produção e exportações
A previsão para a produção é ligeiramente superior à demanda interna, chegando a 165 mil unidades, considerando o abastecimento do mercado externo e a recomposição de estoques dos distribuidores.
As exportações devem manter o patamar de 3 mil a 4 mil unidades, sem grandes oscilações. A concorrência com os chineses na África e a redução das compras por parte do Chile são desafios enfrentados pelos fabricantes brasileiros no mercado internacional.
Resultados de 2024 e contexto do mercado
O ano de 2024 fechou com crescimento de 5,4% nas vendas totais do setor. Ao todo, foram comercializados 159.203 implementos rodoviários, ante os 151.041 de 2023. Apesar do bom resultado geral, o segmento de pesados registrou queda de 1,9%, com 88.599 emplacamentos contra 90.322 no ano anterior.
Spricigo atribui essa leve retração ao desempenho de produtos como basculantes e graneleiros/carga seca, que tiveram resultados negativos. “Mesmo assim, o balanço final chegou bem perto dos 90 mil produtos, portanto, não foi uma queda expressiva”, pondera.
Por outro lado, o segmento de leves impulsionou o crescimento do setor, com 70.604 unidades vendidas em 2024, um aumento de 16,3% sobre as 60.719 de 2023. O presidente da Anfir destaca que a retomada do varejo urbano teve papel fundamental nesse desempenho positivo.
Conclusão
O mercado de implementos rodoviários segue em crescimento sustentado, mesmo com desafios pontuais. As expectativas para 2025 são positivas, especialmente com a previsão de aquecimento no agronegócio e a estabilidade da demanda interna. A Anfir continua acompanhando de perto os desdobramentos do setor, buscando manter a competitividade da indústria nacional.